“Nós nunca chegámos a utilizar o total da nossa capacidade na resposta à covid-19”, declarou a responsável, falando na habitual conferência de imprensa diária relativa à evolução da pandemia no país, em Lisboa.

“E estamos a utilizar este momento de necessidade de melhorar a resposta do país para um eventual recrudescimento do surto e também para acomodar, em simultâneo, a retoma da atividade do Serviço Nacional de Saúde [SNS], de forma a nos aproximarmos daquilo que é a meta, que é ficarmos na média europeia de 11,5 camas de cuidados intensivos por 100 mil habitantes”, acrescentou a governante.

Reagindo à notícia do semanário Expresso, que dá conta que o SNS não aguentaria um pico do novo coronavírus superior ao que foi registado no país em abril passado, Marta Temido destacou os esforços feitos pelo país para “aquisição de equipamentos e de alocação de recursos humanos” aos serviços de cuidados intensivos, mencionando um “aumento de 35% em cerca de 60 dias” das camas ali disponíveis.

“Passámos de cerca de 528 camas de adultos […], para 713”, precisou a responsável, assegurando que o executivo vai continuar “a alargar” a capacidade do país no que toca aos cuidados intensivos.

Porém admitiu que “não está tudo feito” nestes serviços, nomeadamente em termos de equipamentos, o que atribuiu aos “constrangimentos vários” na aquisição de material, que estão a atrasar as entregas, nomeadamente de ventiladores.

Portugal contabiliza 1.126 mortos associados à covid-19 em 27.406 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

Relativamente ao dia anterior, há mais 12 mortos (+1,1%) e mais 138 casos de infeção (+0,5%).

Das pessoas infetadas, 815 estão hospitalizadas, das quais 120 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados passou de 2.422 para 2.499.

Portugal entrou domingo em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.