Na abertura da reunião do Infarmed, que reúne especialistas, o Presidente da República, o primeiro-ministro, a ministra da Saúde e partidos, André Peralta fez o retrato da situação epidemiológica no país, afirmando que “à data de hoje a situação é mais favorável".

Segundo o especialista, a terceira vaga teve o pico a 29 de janeiro e tem tido uma variação semanal de menos 24%, adiantou diretor de Serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde (DGS), durante a reunião no Infarmed, em Lisboa.

"A região de Lisboa e Vale do Tejo tem, na maioria dos municípios, uma incidência de mais de 960 casos por 100 mil habitantes e em alguns concelhos superior a 1920. À data de hoje a situação é mais favorável", afirmou o especialista da DGS.

Salientou ainda que “há uma progressão da proporção de casos confirmados com a nova variante” associada ao Reino Unido, que tem “maior foco” na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Contudo, afirmou, “este nível de confinamento parece suficiente para inverter a tendência mesmo nas áreas onde há maior prevalência da variante inglesa”.

“No início de janeiro a epidemia estava em franco crescimento e à medida que nos aproximamos do final de janeiro” começa a haver um decréscimo da incidência por todo o país, à exceção da Região Autónoma da Madeira, adiantou André Peralta.

Relativamente às faixas etárias, o investigador afirmou que há uma “tendência decrescente” em todas as idades e é generalizado pelo território.

As faixas etárias acima dos 60 anos são as que geram “maior preocupação” em termos de hospitalização e de mortalidade.

“O panorama é de um grande aumento da faixa etária mais vulnerável dos 80 e mais anos, que atingiu incidências realmente muito elevadas, e uma manutenção do comportamento das duas faixas etárias 60, 70 e 70, 80 que são tradicionalmente em termos de faixas etárias as mais protegidas em comparação com todas as faixas etárias”, explicou.

André Peralta adiantou que o comportamento da faixa etária dos 80 e mais anos ajuda a explicar a pressão sobre os sistemas de saúde.

Segundo o especialista, as hospitalizações em Unidades de Cuidados Intensivos e as hospitalizações totais já apresentam uma indicação da formação de um pico, “mas ainda sem tendência claramente definida”.

Relativamente à mortalidade, afirmou que se observou “um aumento bastante expressivo durante o mês de janeiro”, quase três vezes em relação ao pico de dezembro, mas já com a formação clara de um pico na primeira semana de fevereiro.

Nas hospitalizações, houve um crescimento no mês de janeiro ao se atingir máximos históricos, assim como em termos de mortalidade, mas já com a inversão a tendência.

A covid-19 já matou 14.354 pessoas em Portugal, entre os 767.919 casos de infeção com o coronavírus que a provoca, o SARS-CoV-2.

O novo coronavírus foi detetado pela primeira vez na China no final de 2019, e, desde então, provocou mais de 2,3 milhões de mortos.