“A cada dia o número de doses disponíveis para os países diminui consideravelmente. Diversos países da América Latina, como Peru e Chile, já fecharam acordos com a Pfizer. Eu não posso compartilhar a data, mas o Brasil tem alguns dias ou semanas para fazer o pedido, e entregarmos a vacina no primeiro trimestre de 2021″, disse ao canal televisivo CNN o diretor de vacinas da Pfizer Brasil, Alejandro Lizarraga.
A vacina da Pfizer/BioNTech é uma das quatro que estão a ser testadas no Brasil. Contudo, o país sul-americano ainda não fez um acordo para adquirir a vacina.
O Ministério da Saúde brasileiro informou na terça-feira que a vacina contra a covid-19 preferencial para o país sul-americano seria de dose única e termo estável, com armazenamento a temperaturas entre os 2º a 8º graus.
Apesar de não ter referido nenhuma farmacêutica em particular, quer a Pfizer, quer a Moderna, precisam de temperaturas negativas para armazenar os seus imunizantes por longos períodos.
As duas vacinas das farmacêuticas norte-americanas precisam de ser armazenadas a -70º e -20ºC, respetivamente, e ambas exigem duas doses.
Apesar de não ser exatamente o perfil desejável de vacina para o Brasil, o imunizante fabricado pela Pfizer não está descartado, de acordo com os técnicos do Ministério da Saúde ouvidos pela CNN.
Para facilitar conservação do imunizante no Brasil, a farmacêutica norte-americana desenvolveu um contentor para esse efeito.
“A Pfizer elaborou uma caixa, um pequeno contentor facilmente transportável, que mantém a vacina a -70°C por 15 dias. No acordo que estamos a fazer com o Governo, a Pfizer entrega assim no ponto de vacinação, e a vacina ainda pode ser conservada num frigorífico comum, de 2ºC a 8ºC, por cinco dias. Com todo esse tempo dá para fazer uma logística muito boa”, informou o coordenador dos testes da farmacêutica no Brasil, Cristiano Zerbini.
O Brasil dará prioridade a idosos, profissionais de saúde e indígenas na vacinação contra a covid-19, segundo uma estratégia “preliminar” de vacinação divulgada na terça-feira pela tutela da Saúde.
O executivo brasileiro frisou ainda que já tem garantidas, até ao momento, 142,9 milhões de doses de imunizantes, através dos acordos entre a Fiocruz/AstraZeneca (100,4 milhões de doses) e Covax Facility, iniciativa liderada pela Organização Mundial da Saúde(42,5 milhões).
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (mais de 6,3 milhões de casos e 173.817 óbitos), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.482.240 mortos resultantes de mais de 63,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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