“Quando vacinarmos toda a população acima dos 60 anos, na realidade, estaremos – segundo os dados dos óbitos - a proteger 96,4% das pessoas que faleceram em resultado desta pandemia. Vamos atingir este valor entre a última semana de maio e a primeira de junho”, disse o responsável na reunião do Infarmed, em Lisboa, que junta especialistas, membros do Governo e o Presidente da República para avaliação da situação epidemiológica.
A ideia é que 96,4% das pessoas que morreram em resultado do novo coronavírus tinham mais de 60 anos.
Henrique Gouveia e Melo reafirmou também a meta de proteção de 70% da população para meados do verão. “Atingiremos 70% da população, que equivale a termos todas as pessoas acima dos 30 anos vacinadas, entre julho e agosto, com a primeira dose”, explicou.
Com 1,9 milhões de vacinas disponíveis para administrar em abril, o coordenador da ‘task force’ assumiu também que o programa está “numa semana de transição” e que vai entrar em curso “uma nova estratégia”, com a alteração da tipologia da fase 2, “colapsando a fase 2 com a fase 3, uma vez que há disponibilidade de vacinas” e que o aspeto fundamental será a “fluidez” do ritmo de vacinação.
“A partir de agora, vamos fazer uma sequenciação etária pura, usando 90% das vacinas para isso e deixando 10% para outras doenças não relacionadas com a idade e que podem atingir populações muito mais jovens”, referiu Henrique Gouveia e Melo.
O coordenador da ‘task force’ especificou ainda os níveis de cobertura atuais dos diferentes grupos.
“Nos mais de 80 anos já estamos acima de 90%, entre os 50 e os 80 anos com comorbilidades tipo 1 estamos acima de 80%, nos profissionais de saúde nos 96%, nos serviços essenciais em 99% e nas escolas nos 23%”.
“Neste trimestre teremos uma média de administração de vacinas na ordem das 97 mil por dia. Nesta contabilidade, já chegaram a território nacional cerca de 2,6 milhões de vacinas e foram administradas até domingo passado cerca de 2,1 milhões de doses: 1,5 milhões de primeira dose, ou seja, mais de 15% da população, e 600 mil de segunda dose”, reforçou.
Por fim, o coordenador da ‘task force’ salientou que “ninguém fica para trás” no processo de vacinação contra a covid-19, destacando que, além do agendamento centralizado e do autoagendamento, uma pessoa poderá recorrer também à “junta de freguesia, esquadra da polícia ou aos bombeiros” como “passo intermédio” para o agendamento através da Internet.
Em Portugal, morreram 16.918 pessoas dos 827.765 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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