Atualmente, a entrada de estrangeiros no país está interdita, com exceção de diplomatas e alguns empresários profissionais da área da saúde médica, como medida de prevenção contra a pandemia do novo coronavírus.

A decisão surge depois de um estudante chinês vindo dos Estados Unidos, e que cumpriu 14 dias de quarentena num centro designado na capital, ter infetado três membros da sua família, dois dias após regressar a casa.

Após 14 dias de quarentena, as análises de ácido nucleico do coronavírus deram negativo, mas o estudante acabou por revelar sintomas mais tarde.

Outras 62 pessoas que tiveram contacto próximo com o aluno foram isoladas e estão sob observação médica.

O caso levou as autoridades a elevarem o nível de risco do distrito de Chaoyang, no centro de Pequim, para alto.

O distrito inclui o centro financeiro da capital chinesa, quase todas as embaixadas no país e é onde reside grande parte da população estrangeira radicada em Pequim.

Em Chaoyang também foi registado outro caso de uma mulher chinesa que chegou a Pequim, em 20 de março, oriunda de Londres, e que testou positivo para o coronavírus após o período de quarentena.

A mulher teve sintomas durante os 14 dias de confinamento, mas tomou medicação por conta própria e não informou a equipa de observação no centro designado.

Foi diagnosticada com o vírus em 04 de abril e internada na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital de Chaoyang.

Segundo as autoridades de saúde de Pequim, o fato de não ter relatado os sintomas inicialmente contribuiu para agravar a sua condição.

A maioria dos especialistas e estudos científicos estima que o vírus pode ter um período de incubação no corpo humano de entre um e 14 dias, antes de os sintomas se manifestarem.

No entanto, alguns casos locais na China e em outros países revelaram que o patógeno pode ser transportado de forma assintomática por mais tempo.

A China registou 30 casos de infeção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, incluindo 23 oriundos do exterior e sete de contágio local, informou hoje a Comissão de Saúde do país.

O número total de infetados diagnosticados na China desde o início da epidemia, detetada em dezembro passado no centro do país, é de 82.788, incluindo 4.632 mortos. Até ao momento, 77.151 pessoas tiveram alta.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 176 mil mortos e infetou mais de 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 567 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram, entretanto, a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.