Numa nota enviada à imprensa, o partido lembra a sua posição sobre a matéria, considerando que “há órgãos do Estado cujas atribuições e competências específicas são relevantes no combate à epidemia” admitindo, por isso, a vacinação dos titulares desses órgãos “em função de critérios de saúde e das suas atribuições e competências específicas”.

“Foram esses os critérios que levaram a que o PCP, nesta fase, tenha indicado para vacinação apenas os seus deputados que integram a Mesa da Assembleia da República, o vice-presidente da AR António Filipe e a secretária da mesa Ana Mesquita”, refere o partido.

Quanto aos restantes oito deputados que compõem a bancada comunista, o PCP defende que lhes sejam aplicados “os critérios gerais definidos para a vacinação nas diferentes fases”.

“Tal como Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, já explicitou ao dizer que tomará a vacina não como deputado mas sim como cidadão e utente do Serviço Nacional de Saúde, aguardando pela sua vez”, acrescentam.

Para os comunistas, “a questão prioritária acerca da vacinação contra a Covid-19 não é a vacinação dos órgãos de soberania mas sim a de garantir que haja vacinas suficientes para a vacinação dos portugueses e o cumprimento dos objetivos definidos no plano de vacinação”.

O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, vai responder esta sexta-feira à carta do primeiro-ministro ao parlamento, especificando quais os deputados e funcionários daquele órgão terão prioridade para a vacinação contra a covid-19.

De acordo com um despacho a que o Diário de Notícias (DN) teve acesso, os titulares de órgãos de soberania, deputados, funcionários da Assembleia da República, membros dos órgãos das Regiões Autónomas e presidentes de câmara, enquanto responsáveis da proteção civil, vão começar a ser vacinados na próxima semana.

O primeiro-ministro, António Costa, enviou "cartas aos órgãos de soberania para que estabeleçam as prioridades para inoculação em cada um dos serviços".

"De modo a que se possa programar com precisão este processo é essencial definir, entre estes titulares, a indispensável ordem de prioridade, tendo em conta a limitada quantidade de doses disponíveis em cada semana", especifica António Costa na mensagem enviada ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, a que o DN teve acesso.

No texto, o primeiro-ministro pede a Ferro Rodrigues que especifique os deputados, bem como a lista nominativa dos funcionários daquele órgão, "que devam ser considerados prioritários nesta fase".