Em 20 de março, o papa pediu ao Dicastério para o Serviço Integral de Desenvolvimento Humano para criar, em colaboração com outros departamentos da Cúria Romana, um grupo de especialistas, por forma a expressar a preocupação da Igreja face à pandemia de covid-19, a doença provocada pelo coronavírus.

De acordo com fontes do Vaticano citadas hoje pela agência EFE, a comissão terá cinco grupos de trabalho que, além de atenderem às necessidades e apoiarem as igrejas locais, refletirão sobre a sociedade e o mundo pós-Covid-19, entre outras abordagens.

Os objetivos e as conclusões dos cinco grupos de trabalho serão apresentados pelo papa Francisco, acrescentou o Vaticano.

A comissão será presidida pelo responsável máximo do Dicastério, cardeal Peter Turkson.

"O papa manifestou a sua preocupação com o momento atual, a crise mundial motivada pela Covid-19 e os cenários dramáticos no horizonte. O papa Francisco disse-nos para não perdermos tempo, para começarmos a trabalhar imediatamente, porque somos o Dicastério de referência. Precisamos agir agora e devemos pensar sobre o que acontecerá a seguir ", declarou o cardeal Turkson.

A principal missão desta comissão será "lançar ações para apoiar as igrejas locais a salvar vidas humanas e ajudar os mais pobres", referiu ainda o cardeal.

"O papa Francisco está convencido de que estamos num momento de mudança de época e reflete sobre o que virá após a emergência, sobre as consequências económicas e sociais da pandemia, sobre o que teremos que enfrentar e, acima de tudo, sobre como a Igreja pode situar-se como um ponto de referência seguro ao mundo perdido devido a um evento inesperado ", conclui Turkson.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 428 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 599 pessoas das 18.091 registadas como infetadas.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.