"A situação na região é agora mais preocupante do que vimos em vários meses", disse a diretora regional da OMS para Emergências na Europa, Dorit Nitzan.

"Muitos países estão a introduzir novas medidas (de combate à pandemia) que são necessárias e todos devem segui-las tanto quanto possível", acrescentou Nitzan.

Em sua opinião, também existem “riscos associados” ao “aumento da mobilidade” e às reuniões nestes feriados da Páscoa.

Numa nota, do seu escritório europeu, a OMS também chamou de “inaceitavelmente” lento o ritmo da campanha de vacinação no continente.

De acordo com dados da OMS, na semana passada foram registados 1,6 milhão de novos casos e quase 24 mil mortes no continente, em comparação com menos de um milhão de há cinco semanas.

Um total de 27 países europeus aplicam atualmente restrições de intensidade variável, dos quais 21 impuseram recolher obrigatório. Nas últimas duas semanas, 23 Estados endureceram as medidas para conter a propagação da pandemia, enquanto 13 abrandaram as restrições.

Segundo o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Henri Kluge, "agora não é hora de relaxar".

"Não podemos ignorar o perigo. Todos temos que fazer sacrifícios, não podemos permitir que a exaustão nos derrote. Devemos continuar a conter o vírus", disse Kluge.

Na sua opinião, na situação atual, a “ação rápida” e a implementação de “medidas sociais e de saúde pública” são necessárias até que avance a campanha de vacinação.

A OMS considerou que os encerramentos da vida pública e da atividade económica deveriam ser usados "enquanto a doença exceder a capacidade dos serviços de saúde para cuidar adequadamente dos pacientes e para acelerar a provisão dos sistemas de saúde locais e nacionais".

A OMS acrescentou que os casos estão a aumentar em todas as faixas etárias, exceto naqueles com mais de 80 anos, que em sua opinião mostram "os primeiros sinais do impacto da vacinação".

A Europa é a segunda região com mais casos do novo coronavírus. O número total de positivos gira em torno de 45 milhões e o número de mortos é próximo a um milhão, segundo dados da OMS.

Um total de cinquenta países da região já indicaram que a variante B.1.1.7, inicialmente detetada no Reino Unido, é a que predomina em seus territórios.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2,8 milhões de mortos no mundo, resultantes de mais de 128,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.