“Utilizando a máscara, cumprindo as regras de higiene respiratória, não há nenhum fator acrescido de transmissão da covid-19 nos transportes coletivos. Não há nenhum risco acrescido quando comparado com o estarmos aqui, por exemplo”, disse Matos Fernandes aos jornalistas no final da cerimónia de sobre reforço da oferta de transporte público nas áreas metropolitanas.
Matos Fernandes reforçou ainda “não ter sido reportado nenhum caso de pessoas que tenham sido infetadas com covid-19 em Portugal” nos transportes públicos, embora, reconheça não poder dizer que “ninguém foi infetado”.
“O que posso dizer é que não há nenhum caso reportado”, afirmou, pedindo aos utilizadores de transportes públicos para que não deixem de os usar nas deslocações quotidianas.
Matos Fernandes reconheceu que, embora a procura pelos transportes coletivos tenha sido “na ordem dos 60% em setembro” quando comparado com anos anteriores, o que significa “uma procura baixa”, há alguns locais onde por vezes são ultrapassados os limites dos 2/3 permitidos por lei quanto à lotação.
É o caso de alguns pontos da STCP, na Área Metropolitana do Porto e, algumas ligações de comboios da linha de Sintra, avançou.
“Por vezes, são ultrapassados os limites dos 2/3, que é o número máximo de pessoas que é permitido para se estar com segurança, por isso, se faz o reforço com operadores privados e com autocarros de turismo parados”, disse.
De acordo com Matos Fernandes, “ao longo de três a seis meses as soluções podem não ser iguais, porque o que é hoje um problema, como na linha de Sintra à hora de ponta da manhã, poderá não ser daqui a um, dois meses”.
Matos Fernandes adiantou ainda que tudo prevê que o reforço possa acontecer “já para a semana”, exemplificando que na linha de Sintra poderá haver um autocarro de cinco em cinco minutos reforçando o serviço de comboios da CP, enquanto nos STCP poderá haver um autocarro extra a cada sete minutos.
“Em alguns casos, só na hora de ponta da manhã é mais concentrada a necessidade. Na Fertagus, por exemplo, é igual de manhã e à tarde”, exemplificou.
Presente na cerimónia esteve igualmente o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (Antrop), Luís Cabaço Martins, que explicou que na Área Metropolitana de Lisboa existe um máximo de 300 autocarros turísticos que podem ser utilizados para o reforço da oferta de comboios e do Metro Transportes do Sul, enquanto na Área Metropolitana do Porto existe entre 150 a 200 autocarros para o mesmo efeito.
“É o suficiente para as necessidades”, disse Cabaço Martins, lembrando que são os autocarros de turismo, de serviço ocasional, e de excursão que vão ser utilizados nesse reforço que trará ao ativo “viaturas e motoristas que estão parados há cerca de oito meses”.
De acordo com o responsável, a medida vai permitir “retirar do ‘lay-off’ convencional pelo menos 400 motoristas de transporte de passageiros que estão a receber dois terços do salário”.
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