Em comunicado, a SRCOM refere que enviou um oficio à linha SNS24, com conhecimento para o Ministério da Saúde, Direção-Geral da Saúde e Administração Regional de Saúde do Centro, “a alertar para o facto de a linha SNS24 estar a encaminhar crianças e jovens sem critério clínico que o justifique para as urgências hospitalares, o que conduz a uma sobrecarga dos serviços”.

Carlos Cortes, presidente da SRCOM, citado na nota, afirma que “tem sido constatado por todos os serviços que a orientação dada pela Linha SNS24 em relação a crianças é frequentemente a sua orientação para Serviços de Urgência de Pediatria (SUP), sem qualquer critério clínico de gravidade que o justifique e, muitas vezes, apenas com a indicação de que devem aí dirigir-se para realização de teste SARS-CoV-2”.

O responsável acrescenta que, “por vezes”, os utentes “até são encaminhados para fazer a testagem à SARS-CoV-2, quando o serviço de urgência não é um centro de colheitas".

“Esta orientação não só tem levado à sobrecarga absolutamente injustificada e perigosa dos SUP, como faz incorrer em risco crianças sem necessidade de serem observadas em urgência, ao fazê-las entrar desnecessariamente em ambiente hospitalar. Não podemos diminuir a capacidade de resposta dos hospitais com situações que não são urgentes”, alega Carlos Cortes.

O presidente da SRCOM acrescenta que a Direção-Geral da Saúde “está em falta grave na definição clara de uma orientação para a referenciação dos casos pediátricos associados a infeções respiratórias/casos suspeitos de covid-19”.

As preocupações elencadas pela Ordem dos Médicos do Centro “resultam de um conjunto de reuniões realizadas com os diretores de Serviço de Pediatria dos Hospitais da Zona Centro e que tiveram como objetivo avaliar as diversas situações relacionadas com a pandemia covid-19 em idade pediátrica”, conclui o comunicado.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e cinquenta e um mil mortos e mais de 35,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.040 pessoas dos 81.256 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.