A informação disponibilizada à agência Lusa pela APHP indica que, até terça-feira, tinham sido atendidos nos hospitais privados 3.946 doentes no âmbito da pandemia de COVID-19, 25% dos quais com ADSE.

No total, estavam internados 104 doentes infetados nos hospitais privados, dos quais seis em unidades de cuidados intensivos.

A APHP manifestou-se hoje disponível para assinar com outras seguradoras ou subsistemas de saúde um acordo semelhante ao estabelecido com a Multicare, que garante o pagamento dos doentes com COVID-19 assistidos nos privados sem terem sido encaminhados pelo Serviço Nacional de Saúde.

A polémica sobre o pagamento dos custos dos doentes que recorreram aos privados por sua vontade e foram atendidos no âmbito da pandemia COVID-19 surgiu depois de a televisão Sic ter divulgado, numa reportagem, que os hospitais privados se preparavam para mandar ao SNS a fatura, mesmo sem os doentes terem sido encaminhados pelo serviço público, como ditam as regras.

No sábado, confrontada sobre este assunto, a ministra da Saúde esclareceu que o Estado só vai assegurar os custos de tratamento dos doentes infetados com o novo coronavírus nos hospitais privados nos casos encaminhados pelo SNS.

Questionada pela Lusa sobre os doentes atendidos nos privados no âmbito da pandemia, a APHP disse que "todos os casos dos hospitais privados, tal como dos hospitais públicos, são registados no Trace-COVID, gerido pela SPMS [Serviços Partilhados do Ministério da Saúde]".

Disse ainda desconhecer "quantos cidadãos recorreram aos hospitais privados depois de terem ligado para a linha de saúde 24".

Portugal, em estado de emergência até 17 de abril e onde o primeiro caso de COVID-19 foi confirmado no dia 02 de março, está na terceira e mais grave fase de resposta à doença (Fase de Mitigação), ativada quando há transmissão local, em ambiente fechado, e/ou transmissão comunitária.

Os últimos dados oficiais indicam que Portugal regista 567 mortos associados à COVID-19 e 17.448 pessoas infetadas.

A pandemia da COVID-19 ultrapassou os dois milhões de infetados em todo o mundo, levando à morte de quase 127 mil pessoas, desde que a doença surgiu em dezembro na China, segundo um balanço da AFP às 10:00.