“A inoculação com a vacina AstraZeneca está suspensa”, lê-se na nota divulgada pela DRS, que invoca as indicações comunicadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) na tomada da decisão.

A DRS adianta que “a vacinação contra a covid-19 programada para os próximos dias úteis no Madeira Tecnopolo [no Funchal], com a vacina AstraZeneca, está cancelada”.

No mesmo documento salienta que a campanha de vacinação vai manter-se no arquipélago, nos centros de vacinação concelhios, “com a administração da vacina Pfizer”, conforme programado.

A DRS destaca que se “mantém em contacto com as demais entidades de saúde nacionais e internacionais” sobre esta matéria.

Devido a esta situação, foi disponibilizada uma linha de apoio gratuita para a população dedicada à vacinação covid-19, denominada SRS VACINA COVID-19, através do número 800 210 263, conclui.

As autoridades de saúde portuguesas decidiram suspender o uso da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 por “precaução”.

A decisão foi anunciada pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pela (Infarmed) e surge após vários países europeus também terem suspendido a administração desta vacina devido a relatos de aparecimento de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas.

Espanha, Itália, Alemanha, França, Noruega, Áustria, Estónia, Lituânia, Letónia, Luxemburgo e Dinamarca, além de outros países, incluindo fora da Europa, já interromperam o uso da vacina da AstraZeneca, após relatos de casos graves de coágulos sanguíneos em pessoas que foram vacinadas com doses do fármaco.

A empresa já disse que não há motivo para preocupação com a sua vacina e que houve menos casos de trombose relatados nas pessoas que receberam a injeção do que na população em geral.

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmaram que os dados disponíveis não sugerem que a vacina da AstraZeneca tenha causado os coágulos e que as pessoas podem continuar a ser imunizadas com esse fármaco.

Entretanto, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, apelou para a tranquilidade das pessoas que receberam a vacina da AstraZeneca e garantiu que não foram reportadas em Portugal reações adversas como as identificadas em outros países.

A interrupção temporária da vacina da AstraZeneca é “para dar segurança às pessoas”, assegurou a diretora-geral da Saúde, ao apelar para que os portugueses “mantenham a confiança nas instituições”.

já foram administradas em Portugal cerca de 400 mil vacinas da AstraZeneca e vão ficar agora em armazém cerca de 200 mil doses.

O comité de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a segurança de vacinas reúne-se na terça-feira para discutir a vacina contra a covid-19 AstraZeneca/Oxford.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) também já informou que vai realizar uma reunião especial na quinta-feira para analisar esta situação, mas já adiantou que os benefícios da utilização da vacina superam os riscos.

De acordo com os últimos dados da DGS, Portugal tem atualmente 1.163.873 pessoas vacinadas contra a covid-19: 824.313 com a primeira dose e 339.560 com a segunda dose.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.654.089 mortos no mundo, resultantes de mais de 119,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.694 pessoas dos 814.513 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.