"Estaremos com uma forte presença policial, em que vamos estar particularmente atentos às zonas que habitualmente estão conectadas com estas festividades", afirmou o superintendente do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP Domingos Antunes, no âmbito do contexto da pandemia de covid-19 e do cancelamento das festas populares em Lisboa.
As medidas a implementar durante o período dos santos populares na cidade de Lisboa foram apresentadas hoje numa conferência de imprensa conjunta, da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), da Câmara Municipal de Lisboa, através da Polícia Municipal, e do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP.
Neste âmbito, a intervenção da PSP tem como "absolutamente prioritário" o eixo central de Lisboa, nomeadamente as zonas do Bairro Alto, Cais do Sodré e Avenida 24 de Julho, "em que a polícia vai, também em coordenação com a Polícia Municipal, efetuar algum controlo de acessos, portanto haverá limitações à circulação rodoviária e pedonal".
“Como é sobejamente conhecido, os ajuntamentos propiciam uma cadeia de contágio e compete à polícia fazer cumprir a legalidade. Em primeiro lugar, porque existe um dever cívico ainda de recolhimento domiciliário, isto é importante que todos saibamos: só devemos sair de casa apenas para deslocações absolutamente indispensáveis”, apelou o superintendente da PSP Domingos Antunes.
Uma vez que foi determinado que não havia qualquer tipo de licenciamento de festas, nem romarias, nem arraiais, a PSP vai estar atenta, “de forma preventiva”, articulando com a Polícia Municipal de Lisboa, para que se evitem ajuntamentos durante o período dos santos populares, inclusive nos bairros históricos da Madragoa, Alfama e Bairro Alto.
“Há uma particular preocupação da polícia que é evitar o consumo de bebidas alcoólicas na via pública, isso é objeto de uma infração contraordenacional, a polícia não deixará de promover os autos”, afirmou o superintendente da PSP, revelando que, até ao momento, já foram levantados na Área Metropolitana de Lisboa “cerca de 15 mil autos por violação a este regime legal do quadro pandémico, quer de emergência, quer de calamidade”.
Domingos Antunes reforçou que “as pessoas não devem sair de casa e deslocar-se para estas zonas, sobretudo do coração da cidade”, reiterando que vão existir “fortes restrições”.
“Sempre que verificarmos que existe uma maior afluência a esses bairros – Madragoa, Alfama, Bairro Alto –, nós vamos impedir o acesso e vamos condicionar o acesso, naturalmente às pessoas que não são residentes ou que não tenham uma justificação para se deslocar a esses locais”, referiu o responsável da PSP, acrescentando que vão ser colocadas previamente grades e fitas a isolar essas zonas.
Devido à pandemia de covid-19, as festas de Lisboa também não se realizaram em 2020 e o histórico desse ano é que, mesmo com os estabelecimentos de restauração a funcionar, as pessoas “cumpriram genericamente e generalizadamente as orientações sanitárias”, apontou o superintendente da PSP.
Apelando ao cumprimento das medidas, Domingos Antunes disse que a PSP será “intransigente”, em particular nas situações de ajuntamentos e de consumo de bebidas alcoólicas, em que “não tolerará esse tipo de comportamentos, portanto vai ter de atuar de acordo com o princípio da legalidade”.
“Todo o nosso esforço vai iniciar-se amanhã [quarta-feira], já com grandes operações de visibilidade, em particular com controlo rodoviário”, informou o responsável da PSP, acrescentando que também haverá fiscalização preventiva dos estabelecimentos, para assegurar o cumprimento de horários de encerramento e da lotação de pessoas no interior e nas esplanadas.
Durante esta operação, a PSP terá disponíveis “todas as valências e fez, inclusivamente, um aumento do grau de prontidão para poder estar em maior número nas ruas”, tendo também solicitado a colaboração da Unidade Especial de Polícia, com o Corpo de Intervenção e com o Grupo Operacional Cinotécnico.
A pandemia de provocou, pelo menos, 3.739.777 mortos no mundo, resultantes de mais de 173,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.037 pessoas dos 853.632 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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