O surfista luso, já qualificado para os Jogos Olímpicos, regressou a Portugal na semana passada da Austrália, onde preparava o arranque do circuito mundial de surf – entretanto suspenso até maio –, sem que o surto do novo coronavírus tivesse a dimensão atual.
“Eu estava a caminho da Austrália quando toda esta situação se começou a desenrolar e, obviamente, os cuidados não eram os que se estão a ter neste momento. Eu fiz toda a viagem de luvas e máscara para tentar minimizar o risco. À medida que estava na Austrália, toda esta situação se foi desenvolvendo muito rapidamente, o que na verdade me começou a assustar bastante, uma vez que eu estava muito longe de Portugal e comecei a prever que, caso necessitasse, o meu regresso poderia ser complicado”, explicou, em declarações à agência Lusa.
Já em Portugal, Kikas faz os possíveis para continuar em forma, na medida em que lhe é possível face ao estado de emergência no país.
“Tenho conseguido sair de casa apenas para surfar e sempre de madrugada, de preferência para uma praia onde não haja ninguém. Não é fácil quando o que estava habituado era escolher as melhores praias, onde pudesse treinar segundo os meus objetivos, mas, neste momento, e de forma a não comprometer os meus treinos por completo, esta é a única forma”, sublinhou.
O resto da preparação é feita em casa, onde o surfista diz ter “o essencial”, tentando manter-se focado “como se as provas estivessem a acontecer e, por isso, o foco e a determinação não podem ser abaladas”.
“O meu trabalho depende destes treinos, falamos de um ano de Jogos Olímpicos e as etapas do circuito mundial podem regressar a qualquer momento. Assim, dentro destas restrições dou o meu melhor e completo com o treino físico em casa”, frisou.
Na Austrália, Kikas aguardou pelo cancelamento da primeira etapa do circuito principal, ao qual está de regresso depois de vencer o circuito de qualificação, para regressar a Portugal, interrompendo a “maré” favorável da sua preparação e dos apoios dos patrocinadores.
“A situação começou a ficar descontrolada em muitos países e a tomar outras proporções em Portugal, por isso, queria voltar para casa, para ao pé da minha família e garantir que todos estávamos bem e com os devidos cuidados”, sublinhou.
Agora, com as restrições a criarem novas rotinas, Frederico Morais aponta ao futuro com otimismo: “Para ser sincero, eu quero acreditar que todos juntos iremos ultrapassar isto o mais rápido possível para então se conseguir dar a volta a este 2020”.
“Adorava que fosse possível dar início tanto à temporada do circuito mundial, como aos Jogos Olímpicos, sei que irão ser tomadas as melhores decisões e as que acarretem menos riscos para todos. Não vou esconder que é obvio que gostava que realizassem os Jogos, é um acontecimento de uma vida para qualquer desportista mas, neste momento, é inquestionável que a prioridade é terminar com esta pandemia”, salientou. E, para Kikas, o momento de atuar é agora.
“Sempre defendi que devemos ser persistentes e determinados e, por isso, tenho a certeza que quanto mais implacáveis formos agora, unidos, mais rapidamente a vida de todos voltará ao normal, as rotinas poderão ser repostas e a economia começar a recompor-se”, concluiu.
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