Os investigadores analisaram, em Inglaterra, 56 mil casos da variante Ómicron e 269 mil da Delta e concluíram que as pessoas infetadas com a nova variante têm entre 15% e 20% menor riscos de receberem tratamento hospitalar e uma menor probabilidade de serem internadas durante pelo menos uma noite.
O estudo realça ainda que quem já esteve infetado com o coronavírus SARS-CoV-2 tem entre 50% e 60% menor risco de ser hospitalizado caso contraia novamente a doença com a variante Ómicron, em comparação com a restante população.
Ao mesmo tempo, o “risco de hospitalização é semelhante para as variantes Ómicron e Delga em pessoas que já estão vacinadas com pelo menos duas doses da vacina”, referem os cientistas.
Este dado “reflete a eficácia reduzida das vacinas contra a variante Ómicron em comparação com a Delta”, sustentaram os investigadores do Imperial College, em comunicado, citados pela agência EFE.
Apesar destas conclusões, o estudo alerta que “o risco de hospitalização em pessoas vacinadas continua a ser significativamente menor do que em pessoas não vacinadas”.
“A nossa análise permite evidenciar uma redução moderada no risco de hospitalização associada à variante Ómicron em comparação com a variante delta", salientou o epidemiologista Neil Ferguson, um dos autores do estudo.
Para Neil Ferguson, no entanto, este dado é 'compensado' pela eficácia reduzida das vacinas contra a nova variante, devido à alta transmissibilidade do vírus.
“O risco dos serviços de saúde enfrentarem um aumento de internamentos mantém-se caso as infeções com a variante Ómicron continuem a crescer ao ritmo que tem sido registado nas últimas semanas”, vincou.
Já a epidemiologista Azra Ghani salientou que “embora a redução do risco de hospitalizações com a variante Ómicron dê tranquilidade, o risco de infeção continua a ser extremamente alto”.
“A dose de reforço continua a oferecer a melhor proteção contra a infeção e hospitalização”, referiu.
Um outro estudo, realizado por investigadores das universidades escocesas de Edimburgo e Strathclyde, tinha adiantado que o risco de hospitalização pode ser reduzido em até dois terços com a variante Ómicron, em comparação com a Delta.
Esta investigação resultou da análise de 23.840 casos de covid-19 suspeitos da variante Ómicron, entre os quais resultaram em 15 internamentos, face aos 47 estimados com a variante Delta.
A covid-19 provocou mais de 5,36 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 89 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
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