“A questão da terceira dose tem duas componentes: para os imunosuprimidos é uma outra oportunidade de ficarem imunizados; para as pessoas que tiveram a sua vacinação, mas porque são velhos, doentes ou terem outra condição que não os deixou duradouramente protegidos, está a ser equacionado um reforço. São estes estudos que estão a ser feitos e que têm muito a ver com a duração da imunidade”, afirmou.

Em entrevista ao programa ‘Casa Feliz’, da SIC, a responsável da DGS vincou que para os imunosuprimidos “está aconselhada uma outra dose” da vacina, não configurando um reforço, mas sim uma “outra oportunidade de se vacinarem”, dando como exemplo um doente oncológico após cumprir tratamento que afetou o respetivo sistema imunitário. “É um grupo restrito, serão menos de 100 mil pessoas”, salientou.

“Diferente é em determinadas populações que não têm o seu sistema imunitário tão forte: nessas pessoas fazemos um reforço, pegando na imunidade que já têm das outras duas doses e estimulando essa imunidade”, acrescentou.

Graça Freitas comentou também o processo de decisão sobre a vacinação das crianças e jovens entre os 12 e os 15 anos, assinalando a “grande necessidade” que a DGS sentiu de ter mais dados e fez um contraponto com o processo nos idosos.

“O benefício de vacinação de um idoso é imenso, porque tem um grande risco de ter doença e de poder morrer. Os benefícios ultrapassam em muito os riscos. Obviamente que os mais novos têm doença menos grave, portanto os benefícios são um pouco menores e temos de ser muito mais cuidadosos do que já somos com os riscos. Foi isso que se passou, tivemos de esperar por estudos que dissessem que vacinar este grupo etário traz benefícios e é seguro”.

Assim, a líder da autoridade de saúde nacional reiterou que a recomendação de vacinação para esta faixa etária é feita “com segurança” para todos e defendeu que “quanto mais depressa e a mais pessoas chegar, melhor”, sobretudo com o arranque do ano letivo dentro de menos de um mês.

Quanto ao avanço do país no processo de desconfinamento, devido ao progresso da campanha de vacinação, trata-se de uma “questão de equilíbrio”, sustentou Graça Freitas, e apelou à toma da vacina para contribuir para a diminuição de restrições.

“Quantas mais pessoas estiverem vacinadas, mais nós conseguimos aliviar as medidas e a nossa vida se tornará normal ou mais parecida com o que era. Disse parecida e não igual, porque ainda não é altura de fazermos tudo, mas é altura de nós próprios percebermos o que é que podemos fazer no dia a dia para diminuir o risco, porque ainda não é zero”, concluiu.