“Permitimos que se realizasse esta festa, mas pedimos responsabilidade, individual e coletiva. Globalmente, foram respeitadas as regras de segurança, mas houve quem não o fizesse. Lamentamos e deploramos”, disse o ministro à imprensa em Paris.

A declaração é feita depois da polémica suscitada em França com imagens de centenas de milhares de pessoas, sobretudo em Paris, a assistir a concertos ao ar livre sem qualquer distanciamento e na maioria dos casos sem máscara.

Em alguns casos, registaram-se incidentes entre membros do público e polícias que tentavam dispersar as concentrações, que se saldaram em ferimentos num agente e na detenção de sete pessoas.

O Governo francês autorizou a realização da Festa da Música, que desde 1982 se festeja com a chegada do verão, a 21 de junho, na condição de serem respeitadas regras de segurança contra a propagação do novo coronavírus.

As autoridades proibiram nomeadamente os concertos espontâneos que costuma acontecer na Festa da Música.

Apesar disso, em várias cidades houve concertos de rua que, em alguns casos, juntaram milhares de espetadores.

Nas redes sociais e nas televisões foram divulgadas imagens de concentrações de milhares de pessoas em que não foi respeitada a distância mínima de segurança e em que a larga maioria das pessoas não usava máscara.

Na declaração que fez à imprensa, o ministro da Cultura frisou que o distanciamento e o uso de máscara são atualmente a principal forma de evitar a propagação do vírus.

Especialistas ouvidos pelos ‘media’ consideram que será necessário esperar duas ou três semanas para avaliar se as concentrações do fim de semana provocaram um aumento dos casos de infeção pelo coronavírus.

França é atualmente, depois do Reino Unido e de Itália, o terceiro país europeu mais afetado pela pandemia associada à covid-19, com 29.640 mortos em quase 196 mil casos, segundo números oficiais de domingo.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou hoje que a pandemia, que desde dezembro já causou a morte a pelo menos 468.518 pessoas e infetou quase nove milhões em todo o mundo, continua “a acelerar-se” globalmente, com “o último milhão de casos de infeção diagnosticados em apenas oito dias”.