“Temos cerca de cem enfermeiros ausentes ou porque estão infetados ou porque estão em isolamento profilático. Só na cardiologia são 12”, disse à agência Lusa o dirigente sindical Alfredo Gomes.
Segundo Alfredo Gomes, tal como acontece noutros hospitais, ao propor “contratos de quatro meses que não dão garantia de estabilidade”, o CHTV não consegue atrair enfermeiros.
“Não há enfermeiros no mercado para contratar e os milhares que emigraram durante estes anos todos são contactados e não aceitam. Não vão deixar um contrato com alguma segurança num país estrangeiro para virem para aqui trabalhar durante uns meses e correr o risco de depois ficar desempregados”, considerou.
O dirigente sindical criticou o Governo por “não resolver os problemas dos enfermeiros que já vêm de trás” e que agora se juntam aos criados pela pandemia de covid-19.
“Há cada vez mais problemas e não é com este tipo de atuação que se criam as condições necessárias para os profissionais de saúde, que estão exaustos e cansados de fazerem o seu serviço”, frisou, aludindo, por exemplo, ao não descongelamento dos progressões e aos contratos precários.
No entender do SEP, a melhor forma de reconhecer o trabalho que os enfermeiros têm feito “é pela via da avaliação de desempenho, atribuindo a classificação de relevante a todos os profissionais de saúde e, assim, reconhecendo todos de forma igual, sem discriminação”.
“Ficava mais barato ao Governo e era mais justo do que os prémios covid”, referiu.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.191.865 mortos resultantes de mais de 101 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 11.886 pessoas dos 698.583 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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