“As duas pessoas, entretanto já negativas, que se encontravam na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), deixaram esta unidade, seguindo para enfermarias”, pode ler-se na mais recente atualização do boletim epidemiológico do concelho, com os dados até final de domingo e consultado hoje pela agência Lusa.
Segundo a informação divulgada por José Calixto, Autoridade Municipal de Proteção Civil e presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz, estes dois doentes são um utente do lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS), onde surgiu o surto, e uma pessoa da comunidade.
No total, dos 162 casos de infeção causados por este surto da doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, continuam ativos nove, informa o mais recente boletim da situação epidemiológica.
Contactada pela agência Lusa, fonte da câmara explicou tratar-se de “sete utentes na instalação de retaguarda do lar da FMIVPS, uma trabalhadora da instituição e um caso na comunidade”.
Independentemente destes casos ativos e dos dois doentes ainda hospitalizados, no sábado, na atualização do boletim sobre a situação epidemiológica do concelho, a Proteção Civil Municipal informou que este surto de COVID-19 está resolvido, por indicação da Autoridade de Saúde Pública.
“No dia de hoje [sábado] ]cumprem-se dois períodos de incubação livres de novos casos, pelo que a Autoridade de Saúde Pública considera o surto” no lar “totalmente resolvido”, publicou a câmara, na sua página na rede social Facebook.
O surto no lar eclodiu a 18 de junho, quando foi detetado o primeiro caso positivo, provocou até final de julho 18 mortos - 16 utentes, uma funcionária da instituição e um homem da comunidade.
Do total de 162 casos de infeção, a maior parte aconteceu no lar (80 utentes e 26 profissionais), mas a doença propagou-se à comunidade, daí as outras 56 pessoas atingidas.
No domingo, em comunicado, a União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS) de Évora manifestou-se satisfeita com o anúncio da Autoridade de Saúde Pública de resolução deste surto de COVID-19.
O lar da FMIVPS não cumpria as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), concluiu a auditoria da Ordem dos Médicos (OM), cujo relatório foi divulgado na quinta-feira à noite e ao qual a Lusa teve acesso.
O documento aponta responsabilidades à administração da instituição e faz também críticas à Autoridade de Saúde Pública e à Administração Regional de Saúde.
Questionada pela Lusa, Procuradoria-Geral da República adiantou à Lusa, na sexta-feira, que foi instaurado um inquérito sobre o surto de COVID-19 neste lar da FMIVPS e que está a analisar o relatório da OM.
A Ordem dos Advogados (OA) revelou igualmente à Lusa que vai fazer "o enquadramento jurídico" das conclusões do inquérito dos médicos para determinar consequências.
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