Em declarações aos jornalistas no parlamento, depois da reunião por videoconferência com epidemiologistas que decorreu hoje de manhã, o deputado e dirigente do PSD Maló de Abreu considerou, ainda assim, que do encontro saiu “um sinal de esperança” com a diminuição da curva de contágios por covid-19 e reiterou a necessidade de “testar mais e isolar mais”.
“Como se viu, por não se ter agido a tempo, ou se ter sido frouxo como foi este Governo, possivelmente este confinamento, dito pelo próprio primeiro-ministro, vai prolongar-se até ao fim de março, o que tem efeitos graves na economia portuguesa”, criticou.
“Se nos falam em meados, fim de março - e como os prazos que o Governo apresenta para tudo nunca são cumpridos - nada de bom nos espera destes prazos”, acrescentou.
O vogal da Comissão Política Nacional do PSD quis aproveitar a ocasião para saudar o novo responsável pela ‘task-force’ da vacinação, vice-almirante Gouveia e Melo.
“Sempre dissemos que esta coordenação não deveria ser feita em tempo parcial e exigiria grande espírito de missão. Desejamos-lhe sorte, a sua sorte é a sorte dos portugueses”, afirmou.
O deputado social-democrata saudou que se esteja a regista ruma “desaceleração na curva” de contágios, mas lamentou que o Governo não tenha “tomado medidas melhores atempadamente”.
“O PSD apresentou um conjunto de propostas a seu tempo, com sete eixos fundamentais, e verificamos hoje que um conjunto de epidemiologistas vem referir o conjunto de propostas que o PSD há muitos meses apresentou e em relação às quais o Governo foi cego surdo e mudo”, criticou, referindo-se em concreto à necessidade de realizar mais testes e de um isolamento mais rápido dos contactos suspeitos.
O dirigente social-democrata apelou ainda a que Portugal utilize a sua atual presidência do Conselho Europeu para dinamizar o processo de vacinação.
“O Governo deve aproveitar esta oportunidade, tem até a obrigação, de forçar o envio mais rápido possível de vacinas, não só para Portugal como para toda a Europa”, disse.
Maló de Abreu defendeu que só será possível diminuir as mortes e relançar a atividade económica conjugando duas ações: “Vacinar o mais rapidamente possível e testar maciçamente os portugueses, é no conjunto destas duas ações que reside o segredo do sucesso”, disse.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.325.744 mortos no mundo, resultantes de mais de 106,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 14.557 pessoas dos 770.502 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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