Segundo revelou em conferência de imprensa Ana Cristina Guerreiro, há também dois enfermeiros daquele serviço infetados e um outro profissional do serviço de Ortopedia, um assistente operacional, infetado.

De acordo com aquela responsável, o resultado do teste de despistagem à covid-19 do profissional de Ortopedia foi conhecido no sábado, os de Medicina 1 no domingo e na terça-feira, enquanto que os dos doentes foram conhecidos na quarta-feira.

Questionada pelos jornalistas sobre a origem do surto, a delegada de Saúde do Algarve disse que a situação ainda está em estudo, mas afastou a hipótese de que tenha sido por falta de testagem aos utentes, aquando do seu internamento.

“O que acontece na maior parte das vezes nos casos hospitalares é que as pessoas se infetam lá fora”, justificou, referindo-se aos profissionais e notando que “tem sido assim desde o início da pandemia”, implicando “um grande esforço” na investigação dos contactos.

Ana Cristina Guerreiro frisou que “há vários profissionais em isolamento” e que nenhum dos serviços se encontra fechado, apesar de o normal funcionamento ser “impossível”, por haver “menos recursos e uma investigação em curso”.

Os cinco utentes infetados foram transferidos para a área de internamento dedicada à covid-19.

A delegada de Saúde mostrou-se ainda preocupada com dois focos em lares de idosos dos concelhos de Tavira e de Alcoutim, tendo sido, neste último, ativada uma brigada de intervenção rápida para prestar apoio ao lar.

No lar de Tavira, que tem 84 residentes, até às 00:00 de quarta-feira havia 28 utentes positivos, dois dos quais internados, bem como seis funcionários infetados, num universo de 61.

Já no Lar de Balurcos, em Alcoutim, cuja situação é descrita pelas autoridades como “complexa”, dos 36 residentes, há 14 positivos – 12 permanecem no lar e dois estão internados – e, ainda, 11 funcionários infetados, num universo de 29.

Num lar em Portimão foi registado, na quarta-feira, o óbito de um residente que tinha sido internado no dia anterior após um teste positivo à covid-19.

Na sequência deste caso, as autoridades estão agora a fazer uma “testagem alargada” a partir de hoje, acrescentou Ana Cristina Guerreiro.

Aquela responsável manifestou-se ainda preocupada com o facto de haver dois jovens, na casa dos 20 anos e sem morbilidades anteriores, internados nos Cuidados Intensivos, casos que foram detetados nas últimas semanas.

“São dois jovens na década dos 20 e que à partida eram saudáveis. Têm passado ambos por situações complicadas”, lamentou.

Segundo o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, Paulo Morgado, a capacidade de internamento na região “ainda está na fase 1”, mas “na transição para a fase 2” do plano de contingência do Centro Hospitalar Universitário do Algarve.

Ao todo, existem quatro fases, o que, segundo aquele responsável, significa que a região está ainda “longe de esgotar todos os recursos” existentes nas unidades hospitalares que recebem doentes com covid-19, ou seja, Portimão e Faro.

No Algarve existem, neste momento, 843 casos ativos e 24 óbitos, havendo 36 pessoas internadas, das quais, quatro nos Cuidados Intensivos.