Em comunicado, a CESPU, que gere o Instituto Universitário de Ciências da Saúde, em Gandra, no distrito do Porto, e o Instituto Politécnico de Saúde do Norte (que integra a Escola Superior de Saúde do Vale do Ave, em Vila Nova de Famalicão, e a Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa, também em Gandra) anunciou que, apesar de não contar com nenhum caso positivo entre a sua comunidade escolar, tomou esta decisão porque é a que “melhor protege todos os alunos, docentes, funcionários, suas famílias e a população em geral”.
A suspensão de aulas é válida até dia 20 de março, quando a situação será reavaliada.
A decisão é justificada pelo facto de os estabelecimentos de ensino estarem localizados precisamente na “região com maior incidência de casos diagnosticados, em particular o Vale do Sousa, eixo nacional mais atingido”, e por se tratar de cursos de saúde, nos quais “uma grande parte das aulas, em especial as relacionadas com treino de gestos e aquisição de competências práticas proporcionam o contacto físico entre estudantes e entre estudantes e professores”.
Para além disso, “muitos docentes trabalham em instituições de saúde onde [existe] a probabilidade de contraírem a doença, podendo ser transmissores durante o tempo de incubação”.
Também até dia 20 de março estarão encerradas as instalações partilhadas do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP), onde foi confirmado um caso positivo na comunidade estudantil.
Noutra faculdade da Universidade do Porto, no caso a de Medicina, as aulas estão igualmente suspensas, anunciou no domingo aquela instituição de ensino, que vai procurar “mitigar” o impacto desta decisão nos seus alunos.
O comunicado da Universidade do Porto foi divulgado poucas horas após o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) ter informado que recomendara à FMUP “a suspensão das atividades que exigem a presença física dos alunos ou docentes, promovendo abordagens de ensino à distância”.
Por seu lado, no sábado, a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) anunciou que iria suspender as aulas que impliquem contacto com doentes, na sequência do surto do novo coronavírus.
Portugal regista 30 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, que causa a doença Covid-19. Estão sob vigilância das autoridades de saúde 447 pessoas por contactos com infetados.
Todos os pacientes com o novo coronavírus estão hospitalizados. Do total de doentes, 18 são homens e 12 são mulheres.
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou cerca de 3.800 mortos entre mais de 109 mil pessoas infetadas numa centena de países e territórios.
Das pessoas infetadas, cerca de 60 mil já recuperaram.
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