O recorde anterior de novos casos havia sido alcançado em 07 de janeiro, quando as autoridades de saúde locais contabilizaram 87.843 diagnósticos de infeção.
Em relação aos óbitos, os números de hoje apenas são superados pelos de terça-feira, dia em que o país sul-americano chegou a 2.841 vítimas mortais, naquele que é o momento mais crítico da pandemia no Brasil.
Neste momento, a nação sul-americana, com 212 milhões de habitantes, totaliza 284.775 mortes e 11.693.838 casos de infeção pelo novo coronavírus, sendo o segundo país no mundo com mais óbitos e diagnósticos positivos, apenas atrás dos Estados Unidos.
O Brasil tem hoje uma taxa de incidência da doença de 136 mortes e 5.565 casos por 100 mil habitantes, de acordo com o último boletim epidemiológico difundido pelo Ministério da Saúde.
Geograficamente, São Paulo (sudeste), o estado mais rico e populoso do Brasil, é o foco da pandemia no país, ao acumular 2.243.868 casos e 65.519 vítimas mortais
São Paulo, com 46 milhões de habitantes, regista ainda uma média diária de 421 mortes pela covid-19, um novo recorde desde o início da epidemia e um valor 62% superior ao registado há 14 dias.
Contudo, os Estados do Sul do país têm sido os mais afetados em março, com todas as unidades federativas daquela região (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) a bateram recordes de mortes, segundo dados das secretarias estaduais de Saúde.
Todos os estados do Sul, a par do que acontece por todo o país, enfrentam um colapso nas suas redes de saúde públicas e privadas.
Apesar de o Governo brasileiro, presidido por Jair Bolsonaro, confiar na sua campanha de imunização para travar o agravamento da pandemia, esta avança lentamente no país devido à falta de antecipação nas encomendas de doses de vacinas e atrasos nas entregas.
Face à situação que o país atravessa, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), maior centro de investigação da América Latina, considerou que o Brasil vive “o maior colapso sanitário e hospitalar da sua história” e pediu ao Governo que endureça “com urgência” as medidas contra a pandemia.
De acordo com o levantamento, divulgado na noite de terça-feira, o sistema público de saúde brasileiro de 25 das 27 unidades federativas do país registou taxas de ocupação das camas de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), voltadas para o tratamento de pacientes graves, iguais ou superiores a 80%, e em 15 Estados já superaram 90% de sua capacidade, situação “absolutamente crítica”.
“A fim de evitar que o número de casos e mortes se alastrem ainda mais pelo país, assim como diminuir as taxas de ocupação de leitos [camas], os investigadores defendem a adoção rigorosa de ações de prevenção e controlo, como o maior rigor nas medidas de restrição às atividades não essenciais”, disse o boletim da Fiocruz.
Contudo, Bolsonaro, um dos chefes de Estado mais negacionistas em relação à gravidade da covid-19, defende que a população brasileira saia à rua em prol da economia, e “antevê problemas sérios” caso isso não aconteça.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.671.720 mortos no mundo, resultantes de mais de 120,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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