Em relação ao número de casos confirmados, o Brasil contabilizou 30.830 infetados nas últimas 24 horas, num total de 645.771 pessoas diagnosticadas com a covid-19 desde o início da pandemia.
O país sul-americano, que tem uma população estimada em 210 milhões de habitantes, registou a recuperação de 11.977 pacientes infetados nas últimas 24 horas, totalizando 266.940 pessoas recuperadas da infeção pelo novo coronavírus.
São Paulo, foco da covid-19, foi o estado mais afetado na sexta-feira, dia em que registou 5.365 casos e 282 mortos. A segunda unidade federal a contabilizar o maior número de óbitos nas últimas 24 horas foi o Rio de Janeiro, com 146 vítimas mortais e 2.134 infetados.
O Brasil é o terceiro país do mundo com mais mortes pela covid-19, e o segundo com o maio número de casos confirmados.
Após vários atrasos na divulgação dos números da covid-19 por parte do Ministério da Saúde brasileiro, Bolsonaro alegou que se trata de um método para difundir os dados de forma mais consolidada. Contudo, não explicou porque é durante mais de dois meses os números foram consolidados mais cedo.
Nas últimas semanas, a tutela da Saúde do Brasil tem alterado a forma como divulga os dados referentes à pandemia. As conferências de imprensa, que anteriormente ocorriam diariamente, passaram a acontecer em dias intercalados, e várias horas antes do executivo divulgar os números referentes à evolução diária da covid-19.
Também o horário em que os números passaram a ser divulgados alterou. No início de maio, os dados eram divulgados pelas 17:00 (hora local, 21:00 em Lisboa), depois passaram a ser divulgados após as 19:00 (hora local, 23:00 em Lisboa). Porém, nos últimas três dias, a pasta da Saúde atualizou as informações diárias referentes à covid-19 pelas 22:00 (hora local, 02:00 em Lisboa).
O atraso na divulgação dos dados foi mal recebido no Congresso e levantou questões sobre a motivação e a falta de transparência do Governo, segundo a imprensa local.
Ao ser questionado acerca do atraso nessa divulgação, Bolsonaro afirmou: “Acabaram as matérias do Jornal Nacional”, referindo-se à Rede Globo, que veicula esse noticiário, como “TV funerária”.
Bolsonaro não confirmou também se foi o próprio a dar a ordem para que a divulgação dos números ocorresse depois da exibição do Jornal Nacional, frisando que, com o novo horário, os dados saem “mais consolidados”.
“Não interessa de quem partiu [a ordem], é justo sair às 22:00, é o dado completamente consolidado. Ninguém tem de correr para atender a Globo”.
“Tem de se saber quem perdeu a vida por causa da covid ou com covid. Às vezes a pessoa tem dez comorbidades, 94 anos, e pegou o vírus. A Globo, o Jornal Nacional, gostam de dizer que o Brasil é recordista em mortes. Falta, inclusive, seriedade. Coloquem as mortes por milhão de habitantes. É como querer comparar as mortes do Brasil, que tem 200 milhões de habitantes, com um país que tem 10 milhões de habitantes”, disse o Presidente aos jornalistas, em Brasília.
Após as declarações do chefe de Estado contra a Globo, a rede televisiva emitiu um comunicado, declarando que o público saberá julgar as ações do Governo.
“O público saberá julgar se o Governo agia certo antes ou se age certo agora. Saberá se age por motivação técnica, como alega, ou se age movido por propósitos que não pode confessar mais claramente. Os espetadores da Globo podem ter certeza de uma coisa: serão informados sobre os números tão logo sejam anunciados porque o jornalismo da Globo corre sempre para atender o seu público”, Lê-se na nota.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 394 mil mortos e infetou mais quase 6,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 2,8 milhões de doentes foram considerados curados.
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