Em causa está a evolução epidemiológica desse território de 330 quilómetros quadrados no distrito de Aveiro, desde que a semana passada foram confirmadas infeções pelo vírus SARS-CoV-2 no Lar de Idosos de Santa Cruz de Alvarenga, no corpo ativo dos Bombeiros Voluntários de Arouca e em vários agregados familiares.
O balanço local indicava ao início da tarde de hoje 159 casos ativos entre os cerca de 22.400 habitantes do concelho, o que representa um total acumulado de 222 doentes desde o início da pandemia, em março.
Entre os diagnosticados atuais, 73 são utentes e funcionários do lar de Alvarenga, nove são recursos humanos dos Bombeiros Voluntários de Arouca e as restantes confirmações referem-se a casos dispersos pela comunidade - que, só durante esta quarta-feira, primeiro dia de funcionamento do novo centro local de rastreio à COVID-19, realizou aí "quase uma centena de testes".
Em declarações à Lusa, a presidente da autarquia, Margarida Belém, fez o balanço da realidade epidemiológica atual: "No lar, a situação clínica dos utentes, bem como a dos funcionários, é estável, pelo que, em conjunto com a direção da instituição, autoridades locais de saúde e [instituto da] Segurança Social, continuaremos a trabalhar de modo incansável para vencer este momento difícil".
Já no que concerne aos bombeiros e aos 30 operacionais que, entre os 80 elementos da corporação, estavam em isolamento profilático por terem contactado com colegas infetados, a autarca socialista revelou: "É-me grato dar nota que, terminado o período de isolamento profilático determinado pelas autoridades de saúde, foi hoje reintegrado na escala de serviço o primeiro bombeiro que tinha estado em quarentena. Está saudável e, nos próximos dias, é esperado que mais colegas seus retomem o serviço".
José Gonçalves, comandante da referida corporação, realçou que o bombeiro agora reintegrado nunca esteve doente e que "aquando da realização dos testes de despiste na sequência da deteção do surto, ficou em isolamento profilático por determinação das autoridades de saúde, embora tenha testado negativo".
O mesmo responsável admitiu que estes têm sido "dias difíceis", mas garantiu que começa agora "a ver a luz ao fundo do túnel", à medida que terminam os prazos da quarentena imposta aos elementos da casa e que outros operacionais se preparam para regressar ao trabalho - o que só acontecerá após a realização de novos exames.
"Mesmo que eles tenham testado negativo da primeira vez, todos os bombeiros que estiveram em isolamento profilático vão fazer testes antes de reingressarem no quartel e só assumirão funções se o resultado for limpo", realçou o comandante, assegurando que, apesar da redução atual no seu número de efetivos, "o serviço da corporação está assegurado".
Margarida Belém concorda que os sinais são "animadores", mas insiste na necessidade de vigilância constante, pelo que decidiu cancelar a edição de sexta-feira do mercado quinzenal de Arouca e também a Feira dos Produtos do Campo e do Artesanato, marcada para domingo
"Não iremos baixar a guarda. Continuaremos a trabalhar no sentido de conter a propagação do vírus, razão pela qual optámos por não realizar estas feiras e também instalámos nas imediações da câmara um centro de testes à COVID-19 que assegura testes rápidos sem necessidade de deslocações às estruturas de concelhos vizinhos, que nunca estarão a menos de 30 quilómetros de distância", destacou.
O novo coronavírus responsável pela presente pandemia de COVID-19 foi detetado na China em dezembro de 2019 e já infetou mais de 26 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais pelo menos 863.679 morreram.
Em Portugal, onde os primeiros casos confirmados se registaram a 02 de março, o último balanço da Direção-Geral da Saúde (DGS) indicava 1.827 óbitos entre 58.633 infeções confirmadas.
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