Susanne Thiele, porta-voz do instituto, confirmou as informações do semanário der Spiegel de que o estudo, que será lançado em abril, será feito com base em amostras de sangue colhidas em intervalos regulares em mais de 100.000 pessoas e que os investigadores analisarão se estes produzem anticorpos Covid-19, um sinal de que contraíram a doença e se recuperaram.

"Este tipo de análise poderia permitir a criação de um cartão de vacinação para pessoas imunizadas, que lhes permitiria retomar suas atividades apesar das restrições ainda em vigor", detalhou Gérard Krause, chefe do departamento de epidemiologia do centro Helmoltz.

No estudo, que será realizado em conjunto com o Instituto de Monitorização de Saúde Robert-Koch e com o Instituto de Virologia do Hospital berlinense Charité, os cientistas pretendem determinar a extensão da pandemia na Alemanha e quantas pessoas infetadas falecem.

Os resultados do estudo, cujo lançamento ainda não foi definitivamente aprovado, devem facilitar a tomada de decisão sobre a reabertura de escolas ou a autorização para organizar grandes eventos, devendo os primeiros resultados ser conhecidos até ao final de abril.

No entanto, os resultados iniciais podem não ser completamente convincentes, pois 90% dos adultos já estão imunizados contra vírus menos perigosos pertencentes à mesma família, limitação que, segundos os especialistas, só seria ultrapassada com um teste mais preciso, que pode estar disponível dentro de dois ou três meses.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19,já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

A Alemanha, que tem mais de 42.000 casos de Covid-19, adotou medidas de contenção na tentativa de impedir a propagação do vírus, decidindo fechar escolas, lojas, com exceção de supermercados, restaurantes e bares.