A ingestão deste tipo de bebidas aumentou no mundo nas últimas décadas e estes produtos altamente calóricos já tinham sido associados a um risco elevado de obesidade, que por si só já é reconhecida como um dos principais fatores de risco de desenvolvimento de diferentes tipos de cancro.
Uma equipa de pesquisadores de França quis avaliar as associações entre o consumo de bebidas açucaradas e os riscos de cancro em geral, assim como alguns tipos específicos de tumores malignos, como o da mama, próstata e intestino. Os investigadores analisaram a história de mais de cem mil adultos, com idade média de 42 anos, sendo 79% mulheres, lê-se no estudo.
Os participantes, que foram acompanhados por um período máximo de nove anos, preencheram pelo menos dois questionários sobre a sua dieta, validados online, calculando o seu consumo diário de açúcar e bebidas açucaradas artificialmente, assim como sumos naturais.
Os cientistas mediram a ingestão diária de bebidas açucaradas em relação às bebidas diet e compararam os dados aos casos de cancro nos registos médicos dos participantes do estudo durante o período de acompanhamento.
Os investigadores descobriram que uma ingestão de apenas 100 ml por dia de bebidas açucaradas estava associada a um aumento de 18% no risco de cancro e a um aumento de 22% no risco de cancro de mama.
Tanto bebidas açucaradas como sumos de fruta tiveram uma associação de risco similar.
Durante o acompanhamento, os investigadores descobriram 2.193 casos de cancro, com idade média de diagnóstico aos 59 anos.
Os autores do estudo, publicado na revista médica BMJ, reforçam que o trabalho se baseou em observação e, portanto, não poderiam estabelecer a causa dos prognósticos de cancro.
A amostra foi ajustada a outros fatores de risco para além do consumo de bebidas açucaradas.
Segundo os autores, com base nas suas descobertas, taxar as bebidas açucaradas pode ter um impacto significativo nos índices de cancro.
"Este estudo amplo e bem desenhado soma-se à evidência existente de que o consumo de bebidas açucaradas pode estar associado a um aumento do risco de alguns cancro", afirmou Graham Wheeler, estatístico do Cancer Research UK, a respeito do estudo, citado pela agência de notícias France-Presse.
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