1 de novembro de 2013 - 12h34
 Comissão de Utentes "Juntos pelo Nosso Hospital" manifestou hoje preocupação pela redução do número de médicos nas urgências das Caldas da Rainha e Torres Vedras no âmbito de um processo de reorganização implementado hoje.
A Comissão de Utentes “vê com muita preocupação a anunciada medida de redução das equipas pluridisciplinares que prestam serviço nas urgências das unidades das Caldas da Rainha e de Torres Vedras”, refere um comunicado, no qual é contestada a redução de médicos no período noturno, das 00:00 às 08:0, em ambas as urgências médico-cirúrgicas.
As novas escalas de serviço que hoje entraram em vigor traduzem a redução de médicos imposta pela administração do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), que integra as unidades das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, mas que afeta apenas as primeiras duas, dado o terceiro hospital não ter urgência médico-cirúrgica.
De acordo com uma circular interna a que a Lusa teve aceso, as urgências de Caldas da Rainha e Torres Vedras passam a ter menos um clínico geral, nas 24 horas, e menos um cirurgião, entre as 00:00 e as 08:00.
Nesse turno, Caldas da Rainha perde um médico de medicina interna e outro de ginecologia e vê também reduzida a equipa de ortopedistas para metade da existente em Torres Vedras.
A equipa de pediatras a sul é reduzida para metade da das Caldas da Rainha (dois) que, por sua vez, perde também um pediatra entre as 08:00 e as 13:00.
A comissão que nos últimos dois anos se tem manifestado “contra uma reorganização inapropriada dos Cuidados de Saúde hospitalares no Oeste que faça diminuir a qualidade do serviço prestado”, voltou hoje a frisar que “as medidas de redução da despesa não podem ser feitas exclusivamente à custa da redução dos recursos humanos”.
Tanto mais que, acrescenta o comunicado, “todos os utentes e profissionais de saúde reconhecem que o serviço de urgência do CHO é dos serviços com maiores lacunas na qualidade global do serviço prestado”, não por responsabilidade dos profissionais que ali trabalham, mas “por inadequação dos reduzidos espaços e da organização dos fluxos do trabalho de atendimento dos utentes que chegam às urgências”.
As críticas da comissão foram antecedidas de protestos da Ordem dos Médicos e de vários cirurgiões do hospital das Caldas da Rainha que, numa carta enviada à administração do CHO, ameaçaram deixar de assegurar a urgência durante a noite.
Questionada pela Lusa, a administração do CHO sustentou em comunicado que "o número de médicos cumpre as recomendações de boas práticas e assegura uma adequada resposta, em cada uma das especialidades, à procura que existe na prática".
O CHO abrange os concelhos de Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha, Nazaré, Óbidos, Peniche, Cadaval, Lourinhã, Torres Vedras e parte do concelho de Mafra.
Lusa