19 de novembro de 2013 - 16h49

O presidente da Comissão Nacional da Saúde Materna, da Criança e do Adolescente defende a isenção de pagamento das taxas moderadoras nos centros de saúde para os jovens até aos 18 anos para aumentar o acesso a estes serviços.

Bilhota Xavier, que quarta-feira apresenta uma análise da evolução recente dos indicadores de saúde materna, da criança e do adolescente, durante uma reunião do organismo que dirige, disse à Lusa que há indicadores que devem orgulhar os portugueses.

A este propósito lembrou que, em 1960, Portugal era o país da Europa dos 27 com maior mortalidade infantil e que atualmente é um dos com menor mortalidade infantil.

“Em meio século, não com um grande investimento, mas com um grande envolvimento dos profissionais, alcançamos estes orgulhosos valores baixos”, disse.

Nos últimos cinco anos, registaram-se 3,2 óbitos por cada mil bebés nascidos vivos, valores que levam os especialistas a considerar que “a mortalidade infantil está consolidada”.

Segundo este especialista, a taxa de mortalidade infantil foi de 3,1 por cada mil nascimentos em 2011 e de 3,4 em 2012.

“Em 1980 morriam 3.300 bebés por ano e, em 2012, morreram 300”, disse.

Bilhota Xavier encontra maiores preocupações ao nível do número de nascimentos em Portugal, que este ano deverá ser inferior a 80 mil.

“A continuar este ritmo, e sem que sejam tomadas medidas de apoio à natalidade, em 2015 deverão registar-se 65 mil nascimentos”, alertou.

Além da quebra da natalidade, o especialista disse que um quarto dos bebés nasce de mães com mais de 35 anos, o que levanta questões como o aumento da prematuridade.

Outra meta que Bilhota Xavier considera importante de perseguir é a de 75 por cento dos jovens ter acesso aos cuidados de saúde, com essa percentagem a situar-se nos 35 por cento em Portugal.

Para aumentar este valor, o especialista defende a isenção do pagamento das taxas moderadoras para os jovens até aos 18 anos, principalmente nos cuidados de saúde primários (centros de saúde).

Esta medida – que será proposta ao ministro da Saúde durante o encontro de quarta-feira – deverá “facilitar a ida dos adolescentes aos cuidados de saúde, sem que o valor monetário seja um constrangimento”.

Lusa