13 de janeiro de 2013 - 14h13
Uma dúzia de colaboradores da Linha de Saúde 24 marchou nesta segunda-feira entre a Autoridade para as Condições de Trabalho e o Ministério da Saúde, onde pediram a intervenção do ministro sobre a "grave situação" que o serviço atravessa.
"Porque será que Paulo Macedo não se pronuncia sobre a Linha de Saúde 24?", lia-se num dos cartazes que alguns colaboradores deste serviço levaram hoje até ao Ministério da Saúde.
Estes trabalhadores reuniram-se frente à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), por considerarem que este é "o ponto de partida e o Ministério da Saúde o ponto de chegada", como disse à Lusa Tiago Pinheiro, da Comissão Informal de Trabalhadores da Linha Saúde 24.
"Estamos conta os despedimentos sumários a que as pessoas têm sido sujeitas e o silêncio das autoridades sobre uma ilegalidade que ocorre no serviço público", adiantou.
Segundo Tiago Pinheiro, todos os colaboradores cujos contratos terminam em Janeiro e não aceitem a redução salarial estão a ser convidados a sair. Foi o que aconteceu com Cátia Carvalho, enfermeira e colaboradora da Linha Saúde 24 há quatro anos.
"O meu contrato acabou a 4 de Janeiro e, como me recusei a assinar a adenda para a redução do vencimento, retiraram-me os turnos todos, como retaliação".
Cátia Carvalho recusou por "não estar de acordo com as condições impostas". Além de estar contra a redução do valor pago por hora, para os sete euros brutos, esta enfermeira protesta contra a precariedade dos contratos, que diz serem "falsos recibos verdes", e defende "contratos que dignifiquem a profissão".
Segundo Tiago Pinheiro, os colaboradores têm até 17 de Janeiro para responder se aceitam a redução salarial, estando já a empresa a preparar o recrutamento de 64 enfermeiros para substituir os que não aceitem.
Sobre a participação de apenas uma dúzia de pessoas na marcha de hoje, Tiago Pinheiro disse que tal só aconteceu porque a empresa que gere a linha (LCS) terá convocado para a mesma hora reuniões de esclarecimento com alguns trabalhadores.
Já frente ao Ministério da Saúde, os manifestantes gritaram palavras de ordem e apelaram à intervenção de Paulo Macedo para resolver o problema da Linha de Saúde 24 que, como se lia num cartaz, "está doente".
SAPO Saúde com Lusa