A partir de  ratos de laboratórrio geneticamente modificados para desenvolver cancro de pele humana, a equipa descobriu que a proteína em causa desempenha um papel importante na promoção ou inibição da metástase - quando o cancro se espalha de uma área (ou órgão) para outra.

A Midkine é uma proteína secretada pelos melanomas, o tipo mais grave de cancro de pele, antes de se transportar para uma parte diferente do corpo e aí iniciar a formação de um novo tumor (o tumor secundário), concluíram os investigadores. Em humanos, os cientistas detetaram níveis elevados de Midkine nos gânglios linfáticos de pacientes com cancro de pele, dando mais um indício do início do processo de metastização, informou a equipa na revista científica Nature.

Segundo os cientistas, isso aconteceu quando ainda não havia células tumorais nos gânglios linfáticos, comenta Marisol Soengas, do Centro Nacional de Pesquisa do Cancro em Madrid, coautora do estudo.

A deteção precoce do melanoma é fundamental, uma vez que depois do processo de metastização o prognóstico do paciente geralmente é desfavorável.

Os cientistas acreditaram durante vários anos que o melanoma atingia os órgãos que pretendia colonizar através dos vasos linfáticos. No entanto, remover os gânglios linfáticos próximos de um melanoma não evita a formação de metástases.

Neste estudo, observou-se que a Midkine se dirigiu diretamente para o novo local do cancro independentemente da formação de vasos linfáticos à volta do tumor original. "Estes resultados indicam uma mudança de paradigma no estudo da metástase do melanoma", comenta Soengas. Os cientistas não sabem, no entanto, se a Midkine é transportada através do sangue, da linfa ou de ambos.

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