O Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, propôs hoje à China um projeto conjunto de utilização de chuva artificial para limpar o ar em Seul, que tem registado níveis de poluição elevados.

Na semana passada, os níveis de poluição atingiram recordes negativos na Coreia do Sul. Para as autoridades sul-coreanas, este é um resultado das atividades industriais chinesas, mas também da emissão de poluentes dos veículos existentes na Coreia do Sul.

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Moon Jae-in instruiu ainda as autoridades governamentais a acelerarem o encerramento das centrais a carvão, segundo o porta-voz da presidência sul-coreana, Kim Eui-kyeom.

O Presidente sul-coreano afirmou que "a China está muito mais avançada" tecnologicamente para o combate às emissões de poluentes, do que a Coreia do Sul, e que a cooperação com Pequim ajudaria a diminuir a poluição do ar.

Moon também propôs que a Coreia do Sul e a China desenvolvam um sistema conjunto para a emissão de alertas de poluição.

3,3 mil milhões de euros contra a poluição

Na terça-feira, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, anunciou que Pequim vai investir, este ano, 25 mil milhões de yuan (cerca de 3,3 mil milhões de euros) no combate à poluição atmosférica, um aumento de 25% em relação a 2018.

As principais cidades chinesas são frequentemente cobertas por um manto de poluição, resultado de três décadas de forte crescimento económico assente na produção industrial, que transformou o país na "fábrica do mundo".

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Uma em cada seis mortes prematuras no mundo em 2015, cerca de nove milhões, foram atribuídas a doenças por exposição tóxica, de acordo com um estudo divulgado pela revista científica The Lancet.

O custo financeiro das mortes relacionadas com a poluição, doenças e segurança social é igualmente enorme, acrescentou o estudo, apontando para 4,6 biliões de dólares em perdas anuais, ou cerca de 6,2% da economia global.

O estudo é a primeira tentativa de reunir dados sobre doenças e mortes causadas por todas as formas de poluição combinadas, do ar à água contaminada.