17 de abril de 2013 - 16h55
Cerca de 300 clínicos gerais estão a exercer nas unidades de cuidados de saúde personalizados sem terem especialidade, o que os impede de se candidatarem às Unidades de Saúde Familiar (USF), denunciou hoje a Ordem dos Médicos.
O assunto foi abordado durante uma audiência conjunta da Associação Nacional de USF (USF-AN), Ordem dos Enfermeiros e Ordem dos Médicos, “tendo como objeto os Cuidados de Saúde Primários, para que se tenha um Serviço Nacional de Saúde de proximidade e de qualidade”.
O presidente do Colégio da Especialidade de Medicina Geral e Familiar, Silva Henriques, lamentou que se mantenha esta situação de profissionais com mais de 20 anos de carreira, quando existe um programa para lhes atribuir a especialidade, mas que não teve resposta deste Governo.
Este é projeto do anterior Governo, que foi proposto à Ordem dos Médicos, aprovado por esta e encaminhado para o atual Governo, explicou.
Trata-se da possibilidade de estes médicos submeterem o seu currículo a avaliação pela ordem e fazerem um exame para obterem a especialidade.
“São cerca de 300 médicos portugueses que não têm especialidade e que continuam assim. Neste momento existe um projeto para formação específica destes colegas. Veio do outro Governo foi aprovado pela ordem e enviado ao Governo”, disse o bastonário, José Manuel Silva.
O responsável sublinhou que “a medicina geral e familiar deve ser exercida por essa especialidade”.
“A Ordem está disponível, o programa existe, mas é preciso operacionalizar o programa, o que cabe ao ministério”, acrescentou.
Durante a audição, os médicos reclamaram ainda a revisão do despacho governamental que veio limitar a abertura de novas USF e a passagem de USF modelo A para USF modelo B.
Como exemplo foi referido o caso do norte, que tem um limite máximo estabelecido de 8 USF (para passarem a modelo B), quando existem neste momento 15 USF com parecer técnico positivo (para passarem a modelo B), a aguardar homologação.
Para Ordem dos Médicos, “bloquear” a passagem de modelo A para B – “que é o objetivo da maioria dos profissionais e da troika” – desmotiva os profissionais e desmotiva a criação de novas USF.
Lusa