O bispo do Porto, Manuel Clemente, congratulou-se hoje com a decisão judicial que proíbe o registo para fins comerciais da investigação com células estaminais que implique a destruição de embriões, afirmando que “o processo vital, desde o embrião até à morte, é unitário”.
Manuel Clemente, que falava aos jornalistas, no Porto, à margem de um debate sobre ciência, afirmou ficar “satisfeito com a decisão do Tribunal” de Justiça da União Europeia, que proibiu na terça-feira patentear a investigação com células estaminais que implique a destruição de embriões.
“A proteção da vida é um fenómeno global”, disse o prelado, que acrescentou: “ainda bem que houve esta cautela por parte do tribunal”.
Para Manuel Clemente, “o processo vital desde o embrião à morte natural é um” e, sem barreiras, desenvolve-se naturalmente.
“Cortá-lo e logo ao princípio não era bom pronuncio”, disse, considerando não se tratar de uma questão ideológica, mas de uma “constatação”.
“A vida é um processo unitário que se vai desenvolvendo, quer na fase uterina quer extrauterina até que a morte chegue”, sublinhou, lembrando que são “os próprios cientistas que o dizem”.
O bispo do Porto defende que cortar a vida em qualquer uma das suas fases “é completamente arbitrário”.
A decisão do Tribunal surgiu na sequência da resolução de um litígio que envolvia a patente de uma investigação que está a ser desenvolvida pelo cientista alemão Oliver Brüstle, que conseguiu transformar células embrionárias em células neurais.
O Tribunal decidiu que não se pode patentear um procedimento que implique a extração de células mãe obtidas a partir de um embrião humano no estádio de blastocisto – quatro ou cinco dias depois da fecundação – e que “implique a destruição de um embrião”.
18 de outubro de 2011
Fonte: Lusa
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