A Cáritas Diocesana de Coimbra reabriu hoje o gabinete de apoio a toxicodependentes (GAT) da Baixa de Coimbra, encerrado na sexta-feira, tendo a instituição conseguido uma “solução transitória” de financiamento.

“Foi possível alcançar, em conjunto com as estruturas competentes do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD), uma solução transitória” que permite a reabertura do GAT do Terreiro da Erva, anunciou a Cáritas de Coimbra.

Em comunicado, afirma que “todos os serviços aí prestados aos utentes serão garantidos” a partir de hoje “até à conclusão do procedimento concursal que está a decorrer”, com vista a repor os cuidados à comunidade previstos num novo projeto.

“Os mais de 400 utentes apoiados mensalmente nesta estrutura poderão continuar a ser acompanhados, quer ao nível social, psicológico e de saúde, como ao nível da satisfação de necessidades básicas”, adianta a nota.

O GAT que funciona há quatro anos na zona antiga de Coimbra, com apoio do ex-Instituto da Droga e da Toxicodependência, dispõe de nove técnicos que, devido ao encerramento, ficariam sem trabalho.

“Esta estrutura manter-se-á assim como uma mais-valia indiscutível para a cidade de Coimbra no âmbito da saúde pública e do apoio às franjas mais excluídas da população da cidade”, assegurou hoje a Cáritas Diocesana.

Nos últimos dois anos, o GAT ajudou 2.042 pessoas, incluindo 430 trabalhadoras do sexo, segundo dados da instituição.

Do total de “utentes acompanhados nos últimos 24 meses”, a maioria são toxicodependentes (1422), a que se juntam 430 trabalhadoras do sexo, 155 sem-abrigo e 35 pessoas com problemas de alcoolismo.

Desde 2010, o número de seringas entregues aos utentes ascende a 257.762, enquanto o total de preservativos ronda as 136 mil unidades, de acordo com um levantamento da Cáritas de Coimbra a que a Lusa teve acesso no sábado.

Cento e setenta utentes foram alvo de rastreios de VIH no mesmo período, 128 dos quais realizados no próprio GAT.

Foram efetuados 115 rastreios de tuberculose, além de 51 rastreios de hepatites.

Foto: Anima 2010 

08 de janeiro de 2012

@Lusa