O ressurgimento do cancro de pulmão como o mais comum em todo o mundo está “provavelmente” relacionado com o consumo persistente de tabaco na Ásia, anunciou a organização, num encontro com a imprensa dias antes de se assinalar o Dia Mundial do Cancro (4 de fevereiro).
As estimativas do Observatório Global do Cancro da IARC (a agência internacional de pesquisa em cancro da OMS), abrangendo 185 países e 36 cancros, mostram 10 tipos a representar coletivamente cerca de dois terços dos novos casos e mortes ao nível mundial em 2022.
O cancro de pulmão aparece como o mais comum, com 2,5 milhões de novos casos, representando 12,4% do total de novos casos, e o cancro de mama feminino surge em segundo lugar (2,3 milhões de casos, 11,6%) seguido pelo colorretal (1,9 milhões de casos, 9,6%), da próstata (1,5 milhões de casos, 7,3%) e do estômago (970 mil casos, 4,9%).
O cancro de pulmão foi a principal causa de morte por cancro (1,8 milhões de mortes, 18,7% do total de mortes por cancro), seguido pelo colorretal (900 mil mortes, 9,3%), do fígado (760 mil mortes, 7,8%), da mama (670 mil mortes, 6,9%) do estômago (660 mil mortes, 6,8%).
Os dados mostram diferenças por sexo na incidência e mortalidade: Para as mulheres, o cancro de mama foi o mais comummente diagnosticado e a principal causa de morte por cancro (e o cancro mais comum nas mulheres em 157 de 185 países), enquanto nos homens foi o cancro de pulmão.
Nos homens, os cancros da próstata e colorretal foram os segundo e terceiro mais comuns, enquanto os do fígado e colorretal foram a segunda e a terceira causas mais comuns de morte por cancro.
Já nas mulheres, o cancro de pulmão e colorretal ficou em segundo e terceiro lugar, tanto em número de novos casos quanto em número de mortes.
O cancro do colo do útero foi o oitavo mais comum a nível mundial – em mulheres em 25 países, muitos dos quais na África Subsariana – e a nona principal causa de morte por cancro, sendo responsável por 661.044 novos casos e 348.186 mortes, segundo a OMS.
Em 2022, registaram-se cerca de 20 milhões de novos casos de cancro e 9,7 milhões de mortes, estimando-se 53,5 milhões de pessoas que estavam vivas nos cinco anos seguintes ao diagnóstico de cancro.
“Cerca de uma em cada cinco pessoas desenvolve cancro durante a vida, aproximadamente um em nove homens e uma em 12 mulheres morrem da doença”, alerta a OMS.
Um inquérito global da organização mostra que apenas 28% dos países participantes cobriram adicionalmente cuidados para pessoas que necessitam de cuidados paliativos, incluindo alívio da dor em geral, e não apenas relacionados com o cancro.
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