Este trabalho envolve a Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI), a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e o Centro Extremeño de Tecnologías Avanzadas - Centro de Investigaciones Energéticas, Medioambientales y Tecnológicas (CETA-CIEMAT), de Espanha.
 
Os protótipos que estão a ser desenvolvidos vão permitir que os profissionais da saúde tenham à sua disposição ferramentas úteis para o rastreio do cancro da mama. Numa primeira fase, o sistema será utilizado por alunos de Medicina e internos da especialidade de radiologia.
 
Ao longo dos últimos dois anos, três investigadores do Laboratório de Óptica e Mecânica Experimental do INEGI digitalizaram imagens de mamografias e associaram os dados clínicos, um trabalho que teve como objectivo principal criar um repositório digital.
 
A infra-estrutura do repositório pode ser utilizada de forma isolada num computador pessoal ou numa plataforma GRID (que permite compartilhar recursos computacionais, cálculo e armazenamento de dados, utilizando como meio de comunicação a Internet).
 
As duas ferramentas que estão a ser desenvolvidas são a “Mammography Image Workstation for Analysis and Diagnosis” (MIWAD) e o “Data Training and Analysis Framework” (DTAF). O MIWAD vai facilitar o processamento e diagnóstico das imagens. O DTAF permitirá a criação de classificadores seguindo a classificação BI-RADS “Breast Imaging-Reporting and Data System”, desenvolvida pelo Colégio Americano de Radiologia.

MIWAD não vai substituir profissionais
 
Miguel Guevara Lopez, investigador do INEGI, afirma que o objectivo não é que a máquina substitua os profissionais de saúde. O que se pretende é que “o MIWAD seja um auxiliar”. Actualmente, a Organização Mundial da Saúde diz que são necessários dois radiologistas para fazer a leitura das radiografias de um paciente.
 
Com a implementação deste sistema, pretende-se substituir um radiologista. “Isto aumentará a eficiência dos serviços e permitirá aos radiologistas efectuarem um maior número de exames”, afirma.
 
O investigador acrescenta que o MIWAD “funcionará como uma segunda opinião”. Isto porque em determinados níveis poderá ser necessário efectuar outros exames. Por exemplo, “se o sistema avalia uma lesão ou nódulo como sendo benigno mas apresenta-o com algum grau de incerteza, então o médico sabe que terá que efectuar outros exames, para um diagnóstico final”.
 
Actualmente, o MIWAD está a ser validado por especialistas do Serviço de Radiologia do Hospital de São João, no Porto, onde uma equipa conjunta se dedica à avaliação do desempenho do sistema e da eficácia das bases de dados.

Fonte:  Portal de Oncologia Português

2010-09-06