As autoridades indicaram que 14 canadianos residentes em Cuba - funcionários da embaixada e familiares - sofreram dores de cabeça desde inícios de 2017, assim como 25 diplomatas americanos e seus parentes.

Todos descrevem os mesmos sintomas: enjoos, fortes enxaquecas, zumbidos no ouvido e problemas visuais. Até ao momento, contudo, nem Canadá nem Estados Unidos conseguiram encontrar as causas reais do misterioso mal-estar.

Ataque sónico a diplomatas em Cuba foi provocado por... grilos
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O governo canadiano realizou novos exames médicos ao seu pessoal diplomático em Havana e os resultados confirmaram um décimo quarto caso, informou o Ministério das Relações Exteriores daquele país em comunicado.

Cuba responde

Para a embaixadora cubana em Ottawa, Josefina Vidal, a retirada dos diplomatas canadianos apenas favorece os que promovem uma política contra Cuba nos Estados Unidos.

"Comportamento semelhante favorece aqueles que nos Estados Unidos usam este problema para atacar e denegrir Cuba", enfatizou Vidal nesta quarta-feira, citada pela agência cubana Prensa Latina.

É bem sabido que alguns indivíduos com posições de alto nível dentro da política externa dos Estados Unidos estão a fazer um grande esforço para criar um clima de tensão bilateral que pretende representar o nosso país como uma ameaça

Essas decisões "não ajudam a encontrar respostas para os sintomas de saúde informados por diplomatas canadianos e que terão um impacto nas relações", acrescentou.

"É bem sabido que alguns indivíduos com posições de alto nível dentro da política externa dos Estados Unidos estão a fazer um grande esforço para criar um clima de tensão bilateral que pretende representar o nosso país como uma ameaça", disse Vidal.

Segundo a televisão pública Radio-Canadá, oito diplomatas continuam o seu posto em Havana após a retirada dos demais.

O governo do primeiro-ministro Justin Trudeau recordou a "relação positiva e construtiva" que mantém com Cuba, lembrando que "as autoridades cubanas cooperam estreitamente com o Canadá desde o aparecimento dos primeiros sintomas, na primavera de 2017".