“Com o fim da situação de calamidade”, que vigorava no país até terça-feira, os planos municipais de emergência, que estavam ativados automaticamente em todo o território nacional, “deixaram de estar em vigor”, disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz, José Calixto.

Por isso, face ao surto de COVID-19 existente no concelho, surgido, no dia 18 de junho, no Lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS), que já provocou, até hoje, oito mortos e conta com 138 casos ativos, o município decidiu ativar o seu plano de emergência, tendo reunido hoje a Comissão Municipal de Proteção Civil.

“A situação no concelho e toda a gestão do surto epidémico que aqui aconteceu implicou que a Comissão Municipal de Proteção Civil, hoje de manhã, ativasse o Plano Municipal de Emergência, no sentido de termos uma situação de gestão de crise adequada face ao surto epidémico que temos”, justificou.

Segundo o autarca, só na quarta-feira é que o concelho esteve sem plano de emergência em vigor, uma vez que a generalidade do país já se encontrava em situação de alerta e ainda não havia esta deliberação ao nível municipal.

“Não reunimos ontem [na quarta-feira] a Comissão Municipal de proteção Civil porque era necessária uma vistoria ao espaço” para onde vão ser transferidos os utentes do lar da FMIVPS que estão infetados com a doença provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2 e esta “foi feita hoje” pela Autoridade de Saúde Pública, disse.

A generalidade de Portugal continental entrou às 00:00 de quarta-feira em situação de alerta devido à pandemia de covid-19, com exceção da Área Metropolitana de Lisboa, onde 19 freguesias continuam em situação de calamidade e as restantes passam a contingência.

Portugal continental ficou assim dividido em três níveis de alerta para fazer face à pandemia de covid-19, passando a maior parte do país para situação de alerta, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) para situação de contingência (nível intermédio) e 19 freguesias de cinco municípios da AML em estado de calamidade.

O primeiro-ministro, António Costa, já avisou que o país vai manter-se em situação de alerta até que a pandemia de covid-19 esteja ultrapassada.

A situação de alerta, aquela em que o país se encontrava antes de ser decretado o estado de emergência em 18 de março, é o nível mais baixo de intervenção previsto na Lei de Bases de Proteção Civil, depois da situação de contingência e de calamidade (mais elevado).

Com a situação no lar, o concelho de Reguengos de Monsaraz regista o maior surto da doença provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2 do Alentejo, contabilizando, até hoje, oito mortes (sete utentes e uma funcionária) e 138 casos ativos.

Portugal contabiliza pelo menos 1.587 mortos associados à covid-19 em 42.782 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).