As autoridades veterinárias prevêem abater até final do mês os cerca de 250 animais que andam à solta sem controlo em Idanha-a-Nova, depois de terem detetado BSE num desses bovinos que tinha sido vendido para consumo humano.

Desde 2004, existe uma manada de animais em Idanha-a-Nova não controlada sob o ponto de vista de maneio, cruzada com raças bravas e com problemas sanitários.

“Recentemente” foi detetado um caso de BSE (encefalopatia espongiforme bovina, vulgarmente conhecida como doença das vacas loucas) num desses animais, que fora vendido pelo dono para abate e posterior consumo humano, disse à Lusa o diretor-geral de Alimentação e Veterinária, sem no entanto especificar a data em que foi detetada a doença.

“No matadouro há procedimentos de abate que incluem análises de rotina sanitária e um desses animais deu positivo para a BSE”, esclareceu Nuno Vieira e Brito, acrescentando ser conhecida também a existência de animais com tuberculose.

Por isso, e por razões de segurança que têm a ver com a possibilidade de os animais atacarem pessoas, o diretor-geral de veterinária assinou um edital com todos os procedimentos para que se desenvolva uma operação de controlo e abate, “que vai envolver todos os animais da zona”.

Esse procedimento – que inclui captura e acantonamento - teve início no dia 5 e termina no final do mês, o que não significa necessariamente que já tenha sido abatido algum animal no âmbito desta operação, esclareceu o responsável.

No entanto, o responsável salientou que o risco de contágio da BSE entre animais não é elevado, já que só se transmite de forma vertical (de mãe para filho) ou através do consumo de ração não controlada.

“Para evitar que novos animais possam ser infetados tem que ser através do controlo de ração e abate do ponto de vista vertical”.

Quanto aos humanos, a doença só é transmitida pelo consumo de carne contaminada, o que à partida é despistado nos matadouros através do controlo legal que é feito, acrescentou.

Até ao final do mês deverão estar abatidos todos estes animais, que a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária estima em 250.

Dentro desta manada, existem alguns animais com brinco, estando por isso registados em relação a um dono, mas outros não têm brinco e por isso não estão identificados, desconhecendo-se se têm dono e quem é, explicou Nuno Vieira e Brito.

O responsável lembrou que Portugal continua a cumprir as medidas adotadas para controlo de risco da BSE, existindo atualmente alguma positividade de forma residual, detetada nos matadouros através do controlo e da inspeção sanitária.

8 de novembro de 2012

@Lusa