Num encontro entre representantes da Sala Nacional de Arboviroses, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), citado pela Agência Brasil, as autoridades de saúde do Brasil estimaram que os casos de dengue no país poderão variar entre 1.462.310 e 4.225.885 casos este ano.

No primeiro mês do ano foram já detetados 217.841 casos prováveis, 15 mortes confirmadas e 149 em investigação. O balanço anterior, que contabilizava as três primeiras semanas do ano, indicava que o país registou 12 mortos e 120.874 casos prováveis.

Em 2023, o Brasil registou mais de 1,6 milhões de casos da doença, mais de um quinto de todos os notificados no mundo, e 1.094 mortes, um recorde histórico.

O Governo brasileiro divulgou a lista de cidades que vão receber a vacina contra a dengue. Ao todo, foram incluídas cerca de 500 cidades em 16 estados para a imunização, que num primeiro momento deverá dar prioridade a crianças e adolescentes com idade entre os 10 e os 14 anos por estarem entre o público com maior número de internamentos pela doença.

O país prevê receber até 6,2 milhões de doses de uma vacina japonesa contra a dengue em 2024. Porém, por se tratar de uma vacinação que requer duas doses de vacina, esse valor abrange apenas 3,1 milhões de pessoas e é insuficiente para enfrentar a atual explosão de casos.

Num comunicado sobre a vacinação pública contra a dengue, que começará no país em fevereiro, o ministério explicou que, no período das chuvas e das altas temperaturas, e perante o alerta emitido pela Organização Mundial da Saúde sobre o aumento das arboviroses devido às mudanças climáticas ocasionadas pelo fenómeno meteorológico El Niño, vai coordenar uma série de atividades preparatórias para a sazonalidade de dengue em 2024.

O El Niño é um fenómeno climático natural associado ao aumento das temperaturas da superfície no centro e leste do Oceano Pacífico tropical, mas que tem efeitos em todo o mundo.

Os efeitos do fenómeno promovem um aumento da temperatura nas Américas, o que acaba por facilitar a proliferação dos mosquitos Aedes aegypti, transmissores da dengue.