O Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) assinala-se a 15 de novembro.  De acordo com os resultados de um estudo de perceção realizado pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia, 67% dos portugueses não sabem o que é a DPOC. Depois de uma campanha de sensibilização dirigida à população, em 2022, sobre esta doença, este ano importa alertar para o seu diagnóstico.

Com uma prevalência crescente a nível global, a DPOC está, atualmente, entre as principais seis causas de morte em todo o mundo. No entanto, continua a ser uma entidade clínica desconhecida para uma grande parte da população, nomeadamente, entre os consumidores de produtos de tabaco. É importante que as pessoas saibam o que é a DPOC, consigam identificar os sintomas – tosse, cansaço, falta de ar – e pedir ajuda ao seu médico de família ou pneumologista. É igualmente importante que os profissionais dos Cuidados de Saúde Primários estejam atentos a estes sintomas para identificarem os doentes, já que, cerca de 70% não estão diagnosticados.

O tabagismo é o principal fator de risco, mas outros fatores podem contribuir para o desenvolvimento da doença, tais como a exposição à poluição, a exposição ocupacional a gases, poeiras ou vapores, a história de infeções respiratórias de repetição, o baixo peso à nascença ou a prematuridade. Nestes grupos de doentes, a realização de uma espirometria – exame que confirma o diagnóstico - deve ser incluída na bateria de outras avaliações de chek-up, tais como a medição da glicemia, do colesterol ou um simples hemograma.

“Bom dia Dona Maria, já fez a sua espirometria?” é a mensagem que a Sociedade Portuguesa de Pneumologia pretende passar à população para que esteja também nas mãos dos doentes questionarem os seus médicos sobre a possibilidade e/ou necessidade de uma avaliação da sua função respiratória.

Este Dia Mundial da DPOC é ainda marcado pelo arranque do estudo EpuCOPDpt – um trabalho há muito ambicionado pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia e que, em 2024, irá, finalmente, para o terreno.

Trata-se de um estudo epidemiológico que vai incluir mais de 9.000 pessoas e que tem como principal inovação, a nível mundial, o facto de incluir indivíduos a partir dos 20 anos.

A partir do início do próximo ano os investigadores vão percorrer todo o território nacional com o objetivo de determinar a prevalência de DPOC, uma das principais doenças respiratórias cuja incidência continua a aumentar e que se apresenta como uma das principais causas de morte a nível global.

Um artigo do médico pneumologista António Morais, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.