“A partir de 09 de março [segunda-feira], a linha aérea italiana suspenderá todos os voos nacionais e internacionais de e para o aeroporto de Milão Malpensa”, pode ler-se num comunicado este domingo divulgado pela Alitalia, citado pela agência Efe.
A decisão foi provocada pelo decreto aprovado este domingo pelo Governo italiano para lutar contra a expansão do novo coronavírus e que inclui a capital da Lombardia, Milão, em toda a “zona vermelha” de isolamento que abarca toda a região e 14 províncias do norte do país.
Assim, o último serviço internacional em Milão será “o voo AZ 605 desde Nova Iorque, que aterrará em Malpensa às 10:40 da manhã” de segunda-feira.
Para além das limitações no aeroporto de Malpensa, durante o período indicado pelo decreto governamental (até 03 de abril), a Alitalia “só operará ligações nacionais desde [o aeroporto] Milão Linate, com uma redução das frequências na rotas servidas, ao passo que os destinos internacionais serão acessíveis com voos através de Roma”.
A Alitalia continuará, no entanto, a operar voos entre Veneza e Roma em ambas as direções, ainda que com menos frequências, e oferece aos seus clientes a possibilidade de alterar os seus bilhetes sem custos.
O primeiro-ministro italiano anunciou este domingo a proibição de entradas e saídas da Lombardia e de outras 14 províncias para limitar a propagação do COVID-19.
Giuseppe Conte apareceu às 02:30 horas diante dos jornalistas para explicar que o decreto é difícil, mas necessário para “conter a propagação do contágio”.
A epidemia de COVID-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou cerca de 3.600 mortos entre mais de 105 mil pessoas infetadas numa centena de países e territórios.
Das pessoas infetadas, cerca de 60 mil recuperaram.
Depois de a China ter colocado 60 milhões de pessoas em quarentena para tentar travar a epidemia, a Itália anunciou uma medida idêntica no Norte do país, que pode afetar cerca de 16 milhões de pessoas em cidades como Milão, Veneza ou Parma.
A Itália registou já 233 mortos em quase seis mil pessoas detetadas com o novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.
Em Portugal, estão confirmados 21 casos de infeção e o Governo anunciou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte.
Foram também encerrados temporariamente alguns estabelecimentos de ensino secundário e universitário.
A ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu que o risco da epidemia em Portugal poderá ser reavaliado nas próximas horas, e levar à adoção de novas medidas excecionais.
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