"Se não bebe, não comece", alerta a médica e professora Noelle K. LoConte, da Faculdade de Medicina e Saúde Pública da Universidade de Wisconsin, autora principal de um novo estudo da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO).

Segundo a investigação, a ingestão moderada de bebidas alcoólicas pode provocar sete tipos de cancro: faringe, laringe, esófago, fígado, cólon, reto e mama.

Para a oncologista, quanto mais álcool se bebe, maior é a probabilidade de se desenvolver doença oncológica. "O álcool interfere com a absorção de folatos e nutrientes, que é um passo crítico no desenvolvimento de alguns tipos de cancro", explica a professora.

A ASCO frisa ainda que há evidência clínica que sugere que o álcool é também uma causa provável de cancro do pâncreas e estômago.

Esta não é a primeira vez que sete doenças oncológicas são diretamente relacionadas com o consumo de álcool. Em 2016, um estudo da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, e publicado na revista Addiction, relacionou as bebidas alcoólicas com este tipo de doenças e concluiu que o álcool foi a causa de cerca de meio milhão de mortes por cancro só em 2012.

O alerta da ASCO surge numa altura em que há mais norte-americanos a beber álcool em demasia. Há quatro anos, cerca de 73% dos norte-americanos consumiam álcool e perto de 13% descreveram os seus hábitos de consumo como compulsivos, segundo uma análise publicada em agosto no Jama Psychiatry.

A mesma investigação concluiu que o consumo de álcool aumentou 11% nas últimas duas décadas, sendo que o consumo de alto risco foi 30% superior nos últimos anos face a 2001.

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