África congrega 96,5% do total de mortes devido a malária em 2011, revela hoje um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), que analisou 104 países endémicos e em que Portugal não consta.
Segundo o Relatório Mundial sobre Malária 2012, no ano passado morreram 106.933 infetados em todo o mundo, o valor mais baixo desde 2001 e menos cerca de 40.000 do que em 2010.
Em África, entre os 43 países englobados na região africana da OMS, morreram 103.239 pessoas, com a RDCongo a contabilizar o maior número de vítimas (23.748), à frente da Tanzânia (11.805), Burkina Faso (7.001) e Angola (6.909).
Cabo Verde é, mais uma vez, o país africano com menor número de vítimas mortais, tendo sido registadas apenas quatro, todas elas "importadas" da costa ocidental africana, à frente da Suazilândia e Botsuana (ambos com oito), Eritreia (12) e São Tomé e Príncipe e Comores (ambos com 19).
Moçambique surge no 12.º lugar da lista de países com maior número de mortes registadas oficialmente pelas autoridades sanitárias do país, com 3.086, enquanto a Guiné-Bissau assinalou 472 mortes em 2011, "ocupando" o 28.º lugar.
Dos cinco países africanos de língua oficial portuguesa, Cabo Verde continua com o menor número de vítimas mortais do continente desde 2007, São Tomé e Príncipe tem baixado sempre desde as 348 mortes registadas em 2001, sendo essa mesma a tendência registada em Angola (passou de 25.572 casos em 1999 para 6.909 em 2011).
Em Moçambique, a tendência dos últimos cinco anos é de descida (de 5.816 em 2007 para 3.086 em 2011), enquanto a Guiné-Bissau tem tido um comportamento misto de descidas e subidas (atingiu o pico em 2003, com 1.137 mortes, baixou no ano seguinte para 565 e tem oscilado entre as 296 de 2010 e as 507 de 2006).
Na região das Américas, o Brasil mantém-se como o país onde mais pessoas morrem vítimas da doença também conhecida por paludismo, ao registar 70 mortes, muito à frente dos 18 na Colômbia e 10 na República Dominicana.
Todos os restantes 20 países latino-americanos analisados contabilizaram zero mortes ou menos de 10.
Timor-Leste, incluído pela OMS na região do sudeste asiático, com 10 países, tem o terceiro menor número de vítimas mortais, 16, atrás do Butão (um) e Nepal (dois).
Por regiões, e além do continente africano (96,54%), a segunda maior região com mortes registadas oficialmente devido à malária são o sudeste asiático (1.820 casos - 1,7%) e a Europa (1.140 casos - 1,06%, onde o principal foco vem do leste europeu, desde as antigas repúblicas soviéticas até à Turquia.
No pacífico oeste, tal como define a OMS, registaram-se 621 mortes (0,58%), seguindo-se as Américas e o Leste do Mediterrâneo, ambos com 113 óbitos (0,1%).
17 de dezembro de 2012
@Lusa
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