O médico de família da Nova Zelândia que ofereceu 240 mil euros anuais a quem quisesse trabalhar no seu consultório em Tokoroa diz estar "cansado e desanimado" com a quantidade candidaturas que entretanto recebeu.

É que, explica Alan Kenny, a grande maioria "são lixo" e "inúteis".

Há dois anos que o médico neozelandês procura um colega, de Medicina Geral e Familiar, que o acompanhe numa clínica que gere em Tokoroa, uma cidade com pouco mais de 16 mil habitantes.

Embora ofereça um ordenado generoso (240 mil euros), garanta três meses de férias e folgas todas as noites e fins de semana, Alan Kenny não recebeu nenhuma candidatura durante dois anos. Quando o caso chegou à comunicação social, na terça-feira, o médico começou a receber chamadas e e-mails de todo o mundo: América Central, Brasil, Polónia, Ucrânia, Índia, Bósnia, África do Sul, entre outros.

Leia também: As frases mais ridículas ouvidas pelos médicos

Alan Kenny não faz outra coisa que não receber propostas e telefonemas, o que é "perturbador" e "muito feio", explica em entrevista ao jornal britânico Guardian. "99% das candidaturas são lixo", acrescenta.

"A cidade reagiu com hostilidade à minha situação e ao conhecimento daquilo que os médicos ganham. Há lixo sobre mim pelo Facebook", lamenta.

"Sinto-me stressado, os meus doentes estão insatisfeitos e a minha equipa está debaixo de uma enorme pressão", comentou ainda ao referido jornal.