Segundo o presidente do SEP, José Carlos Martins, houve "dezenas de centros de saúde sem enfermeiros e milhares de consultas de enfermagem que não foram realizadas".

O balanço da manhã do segundo dia de greve dos enfermeiros foi realizado à porta do Hospital de São José, em Lisboa.

Sobre a reunião de quinta-feira à tarde no Ministério da Saúde, José Carlos Martins adiantou que não houve da parte do Governo porpostas novas ou concretas para resolver os problemas que afetam os enfermeiros.

O sindicalista disse que o Ministério da Saúde admitiu abrir vagas adicionais às já previstas para novos enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde mas sem quantificar.

José Carlos Martins mostrou-se ainda surpreendido com o facto de ter sido publicado na quinta-feira à tarde um despacho que revogava a exigência de serviços máximos nos hospitais que tratam casos de infeção por 'legionella'.

Os enfermeiros iniciaram, às 00:00 de hoje, o segundo e último dia de greve nacional em protesto pelos cortes salariais nas horas extraordinárias, exigindo a progressão na carreira e a reposição das 35 horas de trabalho semanais.

No primeiro dia de greve, há uma semana, a adesão rondou os 70 por cento, um número que o Sindicato admitiu ser pouco rigoroso devido ao despacho ministerial que decretou serviços máximos nos hospitais onde são seguidos os casos de ‘legionella’.

O surto de ‘legionella’, aliás, acabou por marcar esta greve decretada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que chegou a reunir para avaliar se mantinha ou não a paralisação, face ao pedido do Ministério da Saúde para que os sindicalistas reconsiderassem, tendo em conta o cenário "extraordinário" provocado pelo surto de Vila Franca de Xira.

Os sindicalistas, porém, consideraram que não era uma questão suficiente para desconvocar o protesto.