"Quer do ponto de vista do território, quer do ponto de vista dos recursos financeiros, temos portugueses de primeira, segunda e terceira", defendeu Assunção Cristas no encerramento de um debate sobre "um modelo de financiamento para a saúde" promovido pelo CDS-PP, no auditório António Almeida Santos, no parlamento.

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De acordo com a líder centrista, esta divisão corresponde aos que podem pagar um seguro de saúde e escolher entre público e o privado, os beneficiários da ADSE, e a população sem recursos que lhe permita escolher. "Irão às portas que estão abertas, que, felizmente, são muitas, em quantidade e qualidade", disse.

A esta divisão de portugueses de primeira, segunda e terceira, acresce a dimensão territorial, defendeu Assunção Cristas.

"Morar em Lisboa, no Porto, em Coimbra ou em Évora é diferente de morar em Bragança ou numa freguesia de Elvas. Também aí não há igualdade de tratamento de todos os portugueses", defendeu.

Saúde em debate nas jornadas parlamentares do CDS-PP

Assunção Cristas anunciou que nas jornadas parlamentares do CDS-PP, que se realizam na segunda e na terça-feira, em Setúbal, um dos dias será dedicado à saúde.

No debate intervieram, entre outros, Fernando Regateiro, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Coordenador Nacional para a Reforma Hospitalar, o economista Pedro Pita Barros, o diretor do Hospital da Luiz Filipe Costa, e o médico e deputado à Assembleia da República Ricardo Baptista Leite (PSD).

Fernando Regateiro centrou a sua intervenção na importância de valorizar o médico de família, como uma espécie de gestor da saúde e um guardião do sistema, evitando a tendência para a hospitalização.

Tanto Ricardo Baptista Leite como Luiz Filipe Costa argumentaram pela necessidade de um modelo de financiamento que premeie os resultados medidos em termos de saúde dos utentes e não do número de consultas, cirurgias ou outro tipo de atos médicos.

Nesta abordagem, a prevenção da doença e a intervenção primárias são essenciais, defenderam.