Uma coisa é certa: não há vagas de especialidade para todos os médicos. Este ano abriram 1665 para formação em hospitais e centros de saúde, deixando mais de 900 candidatos de fora. A escolha da especialidade depende todos os anos da nota do exame de acesso e das vagas disponíveis.
A partir de 2019, a prova de seriação será outra e irá substituir um exame - o "Harrison" - que há décadas decide o destino dos futuros especialistas: ou uma especialidade médica, ou uma cirúrgica ou uma médico-cirúrgica, entre as dezenas de opções disponíveis.
Hoje, às 15h00
O "Harrison", o mais temido dos exames, realiza-se esta quinta-feira às 15h00. Cerca de 2.800 alunos vão responder em 150 minutos às 100 perguntas da prova.
O livro "Harrison's Principles of Internal Medicine", de quase mil páginas, é a única literatura específica para o exame e, por isso mesmo, acabou por lhe dar o nome não oficial.
O manual é da autoria de Tinsley Harrison, um médico cardiologista norte-americano que morreu em 1978. A nota neste exame define o acesso à especialidade dos médicos portugueses há 40 anos.
Uma prova nova a partir de 2019
A prova que irá substituir "Harrison" já em 2019 vai ter um teste-piloto no dia 23 de novembro, às 14h00, em Lisboa, Porto, Coimbra, Braga e Covilhã.
Será dividida em duas partes: uma com matéria de medicina interna, que depois passará a valer 50% da nota, e outra com matérias de cirurgia, ginecologia-obstetrícia, pediatria e psiquiatria. Ao todo terá 150 perguntas.
A prova será elaborada pelo Gabinete da Prova Nacional de Acesso (GPNA), com a ajuda da organização americana National Border Medical Examiners (NBME), onde os portugueses foram fazer formação.
A prioridade para fazer a prova-teste vai para quem está agora a fazer o 6.º ano de Medicina e que no próximo ano terá de fazer obrigatoriamente o novo exame. Os alunos que neste ano fazem o Harrison ou os que frequentam os 5.º e 4.º anos, e que vêm de faculdades estrangeiras, também poderiam ter-se inscrito para testar a nova prova.
Raciocínio introduzido na prova
"Vai deixar de ser uma prova de cruzes apenas para a memorização, mas vai ter de incluir uma área de raciocínio em todas as áreas", comenta Miguel Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos.
"A memória é uma peça central de qualquer conhecimento, mas em profissões como a médica, a capacidade de raciocínio clínico é fundamental", explicou.
O novo exame aproxima-se dos modelos internacionais, como o norte-americano, que inclui 300 perguntas.
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