O facto de o Estado de Israel ter sempre utilizado força letal na sua resposta a ataques de que é vítima, não faz dele um agressor. Israel foi sempre o agredido, por vizinhos que iniciaram guerras e por terroristas que praticam atos de extrema crueldade.

A dor dos outros é mais importante do que a nossa

O facto de Israel acabar sempre por fazer mais vítimas nos atacantes e nos civis que estes dominam, e aproveitar os ataques mortais de que é vítima para ocupar mais terras dos atacantes, não faz o seu comportamento mais ou menos reprovável. É o abuso do poder, do mais forte e do vencedor. Por si só, reprovável e contraproducente.

A liberdade é muito mais saudável e criativa do que a ditadura

O objetivo declarado de alguns países (p. ex. o Irão), do fundador do Hamas e dos palestinianos islamitas/fascistas, entre outros, é a destruição do Estado de Israel e a criação de um Estado Islâmico em toda a Palestina. Por seu turno, o Estado de Israel não tem como objetivo submeter ou exterminar os palestinianos, mas não confia em quem os governa, em quem os oprime e indoutrina dentro de um regime repressivo onde as Liberdades Individuais e os Direitos do Homem são interditos.

Uma ideologia que impede o diálogo e a coexistência pacífica

Quando se decide matar alguém e se passa à ação, ultrapassa-se o que é aceitável. Quando os mais poderosos são atacados, têm geralmente meios não letais para se defenderem, capturarem os atacantes, terroristas ou outros, e levá-los perante a Justiça. Esta parece ser a via mais correta, mais humana e eficiente.

Nem todas as ideologias são igualmente saudáveis

A ideologia fascista, de cariz político ou religioso, caracteriza-se por três princípios fundamentais: só há um chefe/um deus, que é inquestionável, uma verdade, igualmente inquestionável, e um povo, o povo escolhido, superior a todos os outros. Geralmente esta ideologia exige que os seus seguidores submetam os que o não são, os oprimam, explorem, escravizem e, eventualmente, exterminem. No fascismo, político ou religioso, as Liberdades Individuais e os Direitos Humanos são considerados uma aberração. A sua defesa é castigada com prisão (perpétua) ou pena de morte.

A preparação do sofrimento coletivo

Milhões de pessoas, em todo o mundo, são cuidadosamente educadas e treinadas, geralmente desde tenra idade, para odiarem e desprezarem, profundamente, o ser humano, e acreditarem que comportamentos de extrema crueldade, incluindo o suicídio em ações terroristas, os conduzem à paz e à glória eterna. As organizações terroristas expõem os habitantes das zonas residenciais que dominam às consequências de uma intervenção armada pois dissimulam todo o seu aparelho militar nessas zonas.

Os responsáveis por estas práticas, assim como os operacionais, têm de ser responsabilizados, sancionados e humanizados.

O assunto e as imagens são extremamente stressantes, mas olhar para o lado ou mudar de canal provoca uma inquietude ainda maior. É mais saudável tentar compreender o que se passa, sentir uma enorme compaixão e amor por quem sofre e ajudar a resolver os problemas.

Podemos assim reduzir a nossa angústia e melhor proteger a vida e a saúde de todos nós.

Quando Judeus e Palestinianos resolverem viver em paz, uns com os outros, vão seguramente desenvolver um centro civilizacional absolutamente admirável.

Um artigo de opinião de Manuel Fernando Menezes e Cunha, Psicólogo da Saúde e Economista do Desenvolvimento.